Francisco Augusto:
Os amigos, se for conveniente chamá-los assim, abordaram bem o assunto.Não sei se serei repetitivo para alguns, de outras perguntas, mas enfim não será novidade e não custa lembrar do engodo levado adiante pelo imperador Justiniano.
Conseguiu abolir toda a magnífica doutrina da reencarnação e trocando por ressurreição no ano de 543 por influência de sua esposa antiga cortesã (mais claro: prostituta) Teodora.Para se libertar de um passado que a envergonhava, como se imiscuía até nos decretos do governo, ordenou, mais tarde, a morte de quinhentas antigas “colegas” e, para não sofrer as conseqüências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconizava a lei do Carma, empenhou-se em abolir toda a magnífica doutrina da reencarnação. Estava confiante no sucesso dessa anulação, decretada por “ordem divina”!
Nos séculos II e III muitas pessoas cultas aceitavam a reencarnação. Sabemos que pelo menos cinco fontes que afirmavam a reencarnação eram familiares a Orígenes:
1. As Escrituras cristãs e judaicas – Orígenes conhecia bem as tradições judaicas sobre a reencarnação e a divinização e, às vezes, parecia fazer eco à palavras de Filon, que escreveu sobre a reencarnação. Orígenes acreditava que os judeus ensinavam a
a reencarnação.
2. Os clássicos gregos – Os textos de Platão e Pitágoras fizeram parte da educação de Orígenes.
3. O Gnosticismo – Orígenes absorveu este conceito através de um professor chamado Paulo de Antioquia.
4. O neoplatonismo – Orígenes estudou-o com o seu fundador, Amônio Sacas.
5. Clemente de Alexandria, um professor cristão que dirigiu a escola de catequese antes de Orígenes. – Diz-se que ele ensinava a reencarnação. São Clemente de Alexandria (posteriormente cassado pela Igreja Católica).
Na Europa gaulesa e britânica, os druidas acreditavam na reencarnação em termos semelhantes aos gregos e budistas, e os hebreus, na fase helênica, não a desconheciam, sobretudo pelo intercâmbio com o mundo greco-romano, donde a idéia de ressurreição ter algo confuso da idéia da reencarnação (por isso as passagens em que se diz que Jesus ou João Batista seriam a ressurreição de algum profeta antigo, como se pode ver em algumas passagens dos evangelhos, como em:
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Mateus, 17, 11-13;
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Marcos, 9, 11-13;
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João, 3, 3-7
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e Lucas 1, 17).
Foi assim até o segundo Concílio de Constantinopla de 533 DC, quando, por motivos políticos, foi formalmente repudiada pelo clero (Fadiman & Frager, 1986, p. 176).
Mesmo assim, esta idéia persistiu entre as pessoas que tinham acesso aos filósofos clássicos e ao contato com as crenças antigas. Os Cátaros, no século XII, especialmente, tinham uma visão cristã original, onde a idéia da reencarnação era vista como verdade inquestionável. E foi este, entre outras coisas (ameaçando o poder ideológico e econômico da igreja de Roma, principalmente, devido à crescente popularidade que possuía, contestando a hegemonia imperialista típica da Igreja Romana) que levou à única cruzada em solo europeu da história, objetivando a eliminação do pensamento cátaro com uma truculência assassina que parecia prever os posteriores misteres macabros da Inquisição, por parte das forças católicas, num requinte de perversidade aterrador. O movimento cátarista foi um dos muitos precursores da inevitável reforma protestante de Lutero e outros. Posteriormente aos cátaros, outros movimentos sentiram a mão de ferro da inquisição, que teve um de seus mais famosos luminares em Giordano Bruno, queimado em 1600, e que defendia idéias bastante fortes contra o sistema de crenças dogmáticas da Igreja de Roma, o que incluía a reencarnação.
Emanuel Swedenborg nasceu em Stockholm, em 1688, e morreu em Londres, em 1772, com a idade de 84 anos. Seu pai, Joeper Svedenborg, bispo de Skava, era notável por seu mérito e por seu saber; mas seu filho suplantou-o de muito; ele sobrepuja em todas as ciências, e sobretudo na teologia, na mecânica, na física e na metalurgia. Sua prudência, sua sabedoria, sua modéstia e sua simplicidade valeram-lhe a alta reputação da qual goza ainda hoje. Os reis o chamaram em seus conselhos. Em 1716, Charles XII nomeou-o assessor ao Colégio metálico de Stockholm; a rainha Ulrique tornou-o lie, e ele ocupou os postos mais honrosos com distinção até 1743, época em que teve sua primeira revelação espírita. Tinha então a idade de 55 anos e demitiu-se, não querendo ocupar-se senão de seu apostolado e do estabelecimento da doutrina de que a reencarnação volta a assumir destaque.
Grandes nomes da ciência e da cultura, céticos e ateus entenderam a filosofia espírita.
Em 1857 Kardec pseudônimo adotado por um professor que era cético com relação a isso até 1854. Prof. Rivail só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas girantes , quando começou a freqüentar reuniões em que tais fenômenos se produziam e transformou-se no Codificador dos ensinamentos espíritas.
Corroborado por ilustres pesquisadores, cientistas, escritores, William Crookes em 1872, Charles Richet, Cammile Flamarion, Ernesto Bozzano, Sir Arthur Conan Doyle e muitos outros.