Paracletus
2012-04-19 08:35:50 UTC
PERSPECTIVAS PARA A REGENERAÇÃO DE MEMBROS HUMANOS:
O progresso rumo à regeneração de partes importantes do organismo, como acontece com a salamandra, pode revolucionar o tratamento de amputações e de ferimentos graves.
por Ken Muneoka, Manjong Han e David M. Gardiner
No campo da regeneração esse termo foi primeiramente usado por cientistas ao observarem ao microscópio que tecidos do coto da salamandra, em particular o músculo, aparentemente são quebrados ao dar origem a células proliferativas que formam o blastema. Sabemos que aqueles músculos associados às células não são resultantes da diferenciação do músculo, mas derivam de CÉLULAS-TRONCO, normalmente presentes no tecido muscular. Falta agora comprovar se a diferenciação realmente acontece ou não, no caso de todos os tipos de tecido de um membro em regeneração, ainda que esteja claro que a variação desse tema ocorra de fato durante a regeneração. Os fibroblastos que entram no blastema e se tornam células blastemais primitivas são capazes de se diferenciar em TECIDO ESQUELÉTICO(OSSOS E CARTILAGEM), assim como voltar ao estado de fibroblasto que irá formar a trama intersticial dos membros novos, por exemplo.
Voltando a outro dos agentes celulares centrais na formação do blastema, as células epidérmicas, podemos também apontar momentos no processo de regeneração em que parece que essas células estão fazendo a transição a um estado mais embrionário. Muitos dos genes ativos na ectoderma embrionária são vitais para o desenvolvimento dos membros, incluindo o Fgf8 e o Wnt7a, mas, conforme a ectoderma do embrião se diferencia para formar as multicamadas de epiderme no adulto, esses genes são desativados. Durante a REGENERAÇÃO no adulto as células tronco epidérmicas que migram pelo ferimento da amputação e formam a epiderme da ferida, no início, começam a apresentar atividade genética, como a produção de proteínas queratinas cicatrizantes, que não estão diretamente relacionadas com a regeneração. Mais tarde as células epidérmicas da ferida ativam o Fgf8 e o Wnt7a, dois genes importantes do desenvolvimento. Por razões práticas, então, a definição essencial de desdiferenciação – no que se refere à epiderme e a outros tipos de células – é a reativação de genes vitais do desenvolvimento.
Portanto nossos estudos sobre as salamandras mostraram que o processo de regeneração pode ser dividido em estágios cruciais, começando com a resposta de cicatrização seguida pela formação de um blastema por células revertidas em certa medida a um estágio embrionário e, por fim, o início do programa desenvolvimental para formar o novo membro. Nossos esforços no desafio de INDUZIR A REGENERAÇÃO DE MEMBROS EM HUMANOS estão norteados por esses conceitos. Na verdade as descobertas mais difíceis no campo científico são aquelas ainda por vir, e regeneração de membros em humanos se encaixa perfeitamente nessa categoria, mas isso não quer dizer que os humanos não apresentem essa capacidade regenerativa natural.