Questão:
Para os católicos?
X-Ladym
2006-08-28 13:43:26 UTC
Os católicos apenas são por "título" ou sabem um pouco da historia ?
Gostaria de saber a opinião de vocês sobre a inquisição, as cruzadas, e sobre os evangelos que não entraram na bíblia, ah e tmb sobre a bíblia não estar em ordem.
O que vocês acham sobre isso ?

(não estou ofendendo ninguem, nem criticando a igreja, mas queria saber mesmo a opinião sobre estes assuntos)
38 respostas:
anonymous
2006-09-05 11:38:33 UTC
Os erros cometidos pelos católicos no decorrer da história aconteceram devido à ganância e do contexto da época, e à manipulação do que está escrito na Bíblia.



Hj por exemplo, poderia existir uma inquisição contra os homossexuais e, daqui a algumas décadas essa atitude seria considerada um absurdo.



Enfim, a intolerância humana é a causa de todos esses problemas.
anonymous
2006-08-31 22:06:15 UTC
INQUISIÇÃO NUNCA MAIS

Pr Airton Evangelista da Costa





AOS LEITORES

Este trabalho é um esboço, um ensaio, um estudo, em que condensamos diversos fatos relacionados com a INQUISIÇÃO. O assunto, de tão vasto, não se esgota nestas páginas.

As dificuldades enfrentadas pela Igreja de Cristo através dos séculos devem ser conhecidas por todos os cristãos. Os católicos precisam conhecer a história negra de sua igreja. Os evangélicos não devem esquecer os heróis da fé, os homens que, com ousadia, romperam com as tradições, com o poder eclesiástico de sua época, e ajudaram na implantação de uma igreja reformada, livre do poder papal, submissa a Jesus, e tendo a Bíblia Sagrada como única regra de fé e prática.

Conhecer um pouco dos horrores dos tribunais eclesiástico é descobrir o quão difícil foi a caminhada até os dias atuais. Os alicerces de nossa fé ficam mais fortalecidos quando nos miramos no exemplo de nossos irmãos do passado, "atribulados mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados, perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos", pois "BEM-AVENTURADOS SOIS VÓS, QUANDO VOS INJURIAREM E PERSEGUIREM E, MENTINDO, DISSEREM TODO O MAL CONTRA VÓS POR MINHA CAUSA" (Mateus 5.11).

A lista dos mártires e perseguidos parece não ter fim. A Igreja Católica estava disposta a vigiar e manter sob seu domínio todo o universo do pensamento humano. Qualquer um que ousasse defender suas idéias - científicas, religiosas, ou em qualquer área -, em desacordo com a interpretação do Vaticano, era considerado um herético, e, por isso, por esse crime, julgado e condenado. Era quase impossível aos hereges se livrarem da tortura e da fogueira.

Pelo modo cruel como os protestantes foram massacrados; pela forma cruel com que subjugaram alguns, sob tortura; em razão dos milhões que perderam a vida nas Cruzadas, nas fogueiras ou de outras maneiras, e por muitas outras práticas assassinas e injustas usadas no decorrer de vários séculos de INQUISIÇÃO, não vacilamos em afirmar que esse monstruoso Santo Ofício foi UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE... todavia, um crime que não mais se repetirá, NUNCA MAIS. Louvado seja nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O AUTOR



INQUISIÇÃO: SIGNIFICADO E OBJETIVO

Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a designação dada a um tribunal eclesiástico, vigente na Idade Média e começos dos tempos modernos. Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica Romana, tinha por meta prioritária julgar e condenar os hereges. A palavra "herege" significa aquele que escolhe, que professa doutrina contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé. Então, todos os que se rebelavam contra a autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma eram considerados hereges. INQUISIÇÃO é o ato de INQUIRIR: indagar, investigar, pesquisar, perguntar, interrogar judicialmente. Os hereges seriam os "irmãos separados", os "protestante", os "crentes", os "evangélicos" de hoje.

Em suma, a INQUISIÇÃO foi um tribunal eclesiástico criado com a finalidade de investigar e punir os crimes contra a fé católica. Da Enciclopédia BARSA, vol 7, pags. 286-287 extraímos o seguinte: " Heresia, no sentido geral é uma atitude, crença ou doutrina, nascida de uma escolha pessoal, em oposição a um sistema comumente aceito e acatado. É uma opinião firmemente defendida contra uma doutrina estabelecida. A Igreja Católica, no seu Direito Canônico, estabelece uma distinção entre heresia, apostasia e cisma. Assim diz este documento: "Depois de recebido o batismo, se alguém, conservando o nome de cristão, nega algumas das verdades que se devem crer com fé divina e católica ou dela duvida, é HEREGE. Se afasta-se totalmente da fé cristã, é APÓSTATA. Se recusa submeter-se ao Sumo Pontífice (o Papa) ou tratar com os membros da Igreja aos quais está sujeito, é CISMÁTICO" (Direito Canônico 1.325, párag. 2). Então, por esse raciocínio e decreto de Roma, os milhões de crentes no mundo são hereges e cismáticos porque negam muitas das "verdades" da fé católica, não se submetem ao Sumo Pontífice, e só reconhecem Jesus Cristo como autoridade máxima da Igreja.

De acordo com o que foi noticiado em janeiro/98 pelos jornais, a Igreja Católica Romana resolveu abrir os arquivos do Santo Ofício ou Inquisição, colocando-os à disposição dos pesquisadores. Nesses arquivos constam 4.500 obras sob fatos e julgamentos de quatro séculos da Igreja Católica, conforme noticiado. A abertura desses processos é de muita valia para os pesquisadores, historiadores e interessados em conhecer um pouco mais do passado negro da Igreja de Roma. Nem por isso a humanidade deixou de conhecer as crueldades, as chacinas, o extermínio, as torturas que tiraram a vida de milhões de hereges. Os arquivos do Vaticano vão mostrar, certamente, com mais detalhes, como foram conduzidos os processos sumários e quais os métodos usados para obter confissões e retratações. Todavia, a guarda a sete chaves dessas informações não impediu que o mundo tomasse conhecimento dos crimes cometidos pelos tribunais inquisitórios. A História não pode ser apagada.



O INÍCIO DAS PERSEGUIÇÕES

Embora a Inquisição tenha alcançado seu apogeu no século XIII, suas origens remontam ao século IV:



o herege espanhol Prisciliano foi condenado à morte pelos bispos espanhóis no ano de 1385;

no século X muitos casos de execuções de hereges, na fogueira ou por estrangulamento;

em 1198 o Papa Inocêncio III liderou uma cruzada contra os "ALBIGENSES" (hereges do sul da França), com execuções em massa;

em 1229, no Concílio de Tolouse, foi oficialmente criada a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício, sob a liderança do Papa Gregório IX;

em 1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado "AD EXSTIRPANDA", em que vociferou: "os hereges devem ser esmagados como serpentes venenosas". Este documento foi fundamental na execução do diabólico plano de exterminar os hereges. As autoridades civis, sob a ameaça de excomunhão no caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. O "AD EXSTIRPANDA" foi renovado ou reforçado por vários papas, nos anos seguintes: Alexandre IV (1254-1261); Clemente IV (1265-1268), Nicolau IV (1288-1292); Bonifácio VIII (1294-1303) e outros. Inocêncio IV autorizou o uso da tortura.



OS MÉTODOS DE TORTURA

No seu "Livro das Sentenças da Inquisição" (Liber Sententiarum Inquisitionis) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331), "um dos mais completos teóricos da Inquisição", descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro". Usava-se, dentre outros, os seguintes processos de tortura: a manjedoura, para deslocar as juntas do corpo; arrancar unhas; ferro em brasa sob várias partes do corpo; rolar o corpo sobre lâminas afiadas; uso das "Botas Espanholas" para esmagar as pernas e os pés; a Virgem de Ferro: um pequeno compartimento em forma humana, aparelhado com facas, que, ao ser fechado, dilacerava o corpo da vítima; suspensão violenta do corpo, amarrado pelos pés, provocando deslocamento das juntas; chumbo derretido no ouvido e na boca; arrancar os olhos; açoites com crueldade; forçar os hereges a pular de abismos, para cima de paus pontiagudos; engolir pedaços do próprio corpo, excrementos e urina; a "roda do despedaçamento funcionou na Inglaterra, Holanda e Alemanha, e destinava-se a triturar os corpos dos hereges; o "balcão de estiramento" era usado para desmembrar o corpo das vítimas; o "esmaga cabeça" era a máquina usada para esmagar lentamente a cabeça do condenado, e outras formas de tortura.

Com a promessa de irem diretamente para o Céu, sem passagem pelo purgatório, muitos homens eram exortados pelos inquisidores para guerrearem contra os hereges. No ano de 1209, em Beziers (França), 60 mil foram martirizados; dois anos depois, em Lauvau (França), o governador foi enforcado, sua mulher apedrejada e 400 pessoas queimadas vivas. A carnificina se espalhou por outras cidades e milhares foram mortos. Conta-se que num só dia 100.000 hereges foram vitimados.

Depois de acusados, os hereges tinham pouca chance de sobrevivência. Geralmente as vítimas não conheciam seus acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. O processo era sumário. Ou seja: rápido, sem formalidades, sem direito de defesa. Ao réu a única alternativa era confessar e retratar-se, renunciar sua fé e aceitar o domínio e a autoridade da Igreja Católica Romana. Os direitos de liberdade e de livre escolha não eram respeitados. A Igreja de Roma, sob o pretexto de que detinha as chaves dos céus e do inferno e poderes para livrar as almas do purgatório e perdoar pecados, pretendia ser UNIVERSAL, dominar as nações mediante pressão sob seus governantes e estabelecer seus domínios por todo o Planeta.



CRUELDADE E MATANÇA

A seguir, um relato sucinto do extermínio de hereges.

A matança dos valdenses - Um dos primeiros grupos organizados a serem atormentados foram os valdenses. Valdenses eram chamados "os membros da seita, também chamada Pobres de Lião, fundada pelo mercador Pedro Valdo por volta de 1170, na França. Inspirada na pobreza evangélica, repudiava a riqueza da Igreja Católica". O grupo organizado por Pedro Valdo, um rico comerciante, cria que todos os homens tinham o direito de possuir a Bíblia traduzida na sua própria língua. Acreditavam, também, que a Bíblia era a autoridade final para a fé e para a vida. Os valdenses se vestiam com simplicidade - contrapondo-se à luxúria dos sacerdotes católicos - , ministravam a Ceia do Senhor e o Batismo, e ordenavam leigos para a pregação e ministração dos sacramentos. "O grupo tinha seu próprio clero, com bispos, sacerdotes e diáconos". Tal liberdade não era admitida pela Igreja Católica porque não havia submissão ao Papa e aos seus ensinos. Os valdenses possuíam a Bíblia traduzida na sua língua materna, o que facilitou a pregação da Palavra. Outros grupos sucumbiram diante das ameaças e castigos impostos pelos romanistas. Os valdenses, todavia, resistiram. Na escuridão das cavernas, cada versículo era copiado, lido e ensinado. Na Bíblia encontraram a Luz - uma luz forte que inunda corpo, alma e espírito... uma luz chamada Jesus. Os valdenses foram, certamente, os primeiros a se organizarem como igreja, formar seu próprio clero e enviar missionários para outras regiões na França e Itália. Tudo com muito sacrifício e sob implacável perseguição.

Essa liberdade de ação motivou os líderes romanos a adotarem medidas duras contra a "seita". Uma bula papal classificou os valdenses como hereges e, como tal, condenados à morte. A única acusação contra eles era a de que "tinham uma aparência de piedade e santidade que seduzia as ovelhas do verdadeiro aprisco". Uma cruzada foi organizada contra esse povo santo. Como incentivo, a Igreja prometia perdão de todos os pecados aos que matassem um herege, "anulava todos os contratos feitos em favor deles (dos valdenses), proibia a toda a pessoa dar-lhe qualquer auxílio, e era permitido se apossar de suas propriedades por meio de violência". Não se sabe quantos valdenses morreram nas Cruzadas. Sabemos, portanto, que esses obstinados cristãos fincaram os alicerces da Reforma que viria séculos depois.



O MASSACRE DE SÃO BARTOLOMEU - Os católicos franceses apelidavam de "huguenotes" os protestantes. Uma designação depreciativa. Já fomos tratados de huguenotes, hereges, heréticos, protestantes, cristãos novos, irmãos separados, crentes, evangélicos, etc. Mas o Pai nos chama de FILHOS.

O massacre de São Bartolomeu ou a Noite de São Bartolomeu ficou conhecido como "a mais horrível entre as ações diabólicas de todos os séculos". Com a concordância do Papa Gregório XIII, o rei da França, Carlos IX, eliminou em poucos dias milhares de huguenotes. A matança iniciou-se na noite de 24.08.1572, em Paris, e se estendeu a todas as cidades onde se encontravam protestantes. Segundo Ellen G. Write, em seu Livro "O GRANDE CONFLITO", foram martirizados cerca de setenta mil nesse massacre. "Quando a notícia do massacre chegou a Roma, a alegria do clero não teve limites. O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos dobraram em todos os campanários; e o Papa Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de S.Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. Um sacerdote falou "daquele dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia e foi em aparato solene dar graças a Deus e a S.Luís".

Para comemorar e perpetuar na memória dos povos esse horrendo massacre, por ordem do Papa Gregório XIII foi cunhada uma moeda, onde se via a figura de um anjo com a espada numa mão e, na outra, uma cruz, diante de um grupo de horrorizados huguenotes. Nessa moeda comemorativa lia-se a seguinte inscrição: "UGONOTTORUM STANGES, 1572" ("A MATANÇA DOS HUGUENOTES, 1572").

Em seu livro "OS PIORES ASSASSINOS E HEREGES DA HISTÓRIA", o historiador e pesquisador cearense Jeovah Mendes, à pág. 238, assim registra a fatídica Noite de S.Bartolomeu: "Papa Gregório XIII (Ugo Buoncompagni) (1502-1585) - Em irreprimível ritmo acelerado recrudescia o ódio contra os protestantes em rumo de um trágico desfecho. O cardeal de Lorena, com a aprovação e bênção pontifícia de Gregório XIII, engendrou o mais horrível banho de sangue por motivos religiosos em toda a História da França ou de qualquer nação do mundo. Consumou-se o projeto assassino aos 24 de agosto de 1572, a inqualificável NOITE DE S.BARTOLOMEU, sendo nesse macabro festival de sangue, morto o impetérrito Coligny, mártir do Evangelho e honra de sua Pátria. Como troféu da bárbara carnificina, a cabeça de Coligny fora remetida ao "sumo pontífice" Gregório XIII (Maurício Lachatre, História dos Papas, vol. IV, pg. 68)".



O MASSACRE DOS ALBIGENSES - Albigenses eram os nascidos na cidade de Albi, sul da França. Em 1198, por iniciativa do Papa Inocêncio III, foram instituídos "Os Inquisidores da Fé contra os Albigenses". Esses franceses foram considerados "hereges" porque seus ensinos doutrinários não se alinhavam com os da Igreja de Roma. O extermínio começou no ano de 1209 e se estendeu por 20 anos, quando milhares de albigenses pereceram. Fala-se em mais de 20.000 mortos, entre homens, mulheres e crianças.



O MASSACRE DA ESPANHA - Tomás de Torquemada (1420-1498), espanhol, padre dominicano, nomeado para cargo de grande-inquisidor pelo Papa Sisto IV, dirigiu as operações do Tribunal do Santo Ofício durante 14 anos. "Celebrizou-se por seu fanatismo religioso e crueldade". De mãos dadas com os reis católicos, promoveu a expulsão dos judeus da Espanha por édito real de 31.03.1492, tendo estes o prazo reduzido de quatro meses para se retirarem do país sem levar dinheiro, ouro ou prata. É acusado de haver condenado à fogueira 10.220 pessoas, e cerca de 100.000 foram encarceradas, banidas ou perderam haveres e fazendas. Tudo em nome da fé católica e da honra de Jesus Cristo.



O MASSACRE DOS ANABATISTAS - Grupo religioso iniciado na Inglaterra no século XVI, que defendia o batismo somente de pessoa adulta. Por autorização do Papa Pio V (1566-1572), cem mil foram exterminados.



O MASSACRE EM PORTUGAL - Diante dos insistentes pedidos de D. João III, o Papa Paulo III introduziu, por bula de 1536, o Tribunal do Santo Ofício em Portugal. As perseguições foram de tal ordem que o comércio e a indústria na Espanha e em Portugal ficaram praticamente paralisados. "As execuções públicas eram conhecidas como autos-de-fé. No começo, funcionaram tribunais da Inquisição nas diversas dioceses de Portugal, mas no século XVI ficaram apenas os de Lisboa, Coimbra e Évora. Depois, somente o da capital do reino, presidido pelo inquisidor-geral. Até 1732, em Portugal, o número de sentenciados atingiu 23.068, dos quais 1.554 condenados à morte. Na torre do Tombo, em Lisboa, estão registrados mais de 36.000 processos". Daí porque os 4.500 processos constantes dos arquivos de terror do Vaticano - Os Arquivos do Santo Ofício - recentemente liberados aos pesquisadores, não contam toda a história da desumana Inquisição.



REFERÊNCIAS GERAIS SOBRE A INQUISIÇÃO

A INQUISIÇÃO EM CUBA - Não havia parte nenhuma no mundo onde os protestantes ou hereges estivessem livres para o exercício de sua fé. Partindo da Europa, muitos procuraram refúgio nas Américas do Sul e Central, o "Novo Mundo". Mas para cá também vieram os inquisidores. A inquisição em Cuba iniciou-se em 1516 sob o comando de dom Juan de Quevedo, bispo de Cuba, que, com requintes de maldade, eliminou setenta e cinco "hereges".



A INQUISIÇÃO NO BRASIL - O padre Antônio Vieira (1608-1697), pregador missionário e diplomata, defensor dos indígenas, considerado a maior figura intelectual luso-brasileira do séc. 17 foi condenado por heresia pelo Santo Ofício, e mantido em prisão por cerca de dois anos. O brasileiro Antônio José da Silva, poeta e comediólogo, foi um dos supliciados em autos-da-fé.

A Inquisição se instalou no Brasil em três ocasiões: Em 09.06.1591, na Bahia, por três anos; em Pernambuco, de 1593 a 1595; e novamente na Bahia, em 1618. Há notícia de que no século XVIII Inquisição atuou no Brasil. Segundo o jornal "Mensageiro da Paz", número 1334, de maio/1998, "cento e trinta e nove "pessoas foram queimadas vivas, no Brasil, entre os anos de 1721 e 1777. Todos os que confessavam não crer nos dogmas católicos eram sentenciados. De acordo com os dados históricos, quase todos os cristãos-novos presos no Brasil pela Inquisição, durante o século 18, eram brasileiros natos e pertenciam a todas as camadas sociais. Praticamente a metade dos prisioneiros brasileiros cristãos-novos no século 18 era mulheres. Na Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na fogueira em um processo julgado em Lisboa. A Inquisição interferiu profundamente na vida colonial brasileira durante mais de dois séculos. Um dos exemplos dessa interferência era a perseguição aos descendentes de judeus. Os que estavam nessa condição podiam ser punidos com a morte, confisco dos bens e na melhor das hipóteses ficavam impedidos de assumir cargos públicos". A matéria do Mensageiro da Paz foi assinada por Regina Coeli.

Do livro "BABILÔNIA: A RELIGIÃO DOS MISTÉRIOS" de Ralph Woodrow - "As autoridades civis eram ordenadas pelos papas, sob pena de excomunhão, a executarem as sentenças legais que condenavam os hereges impenitentes ao poste. Deve-se notar que a excomunhão em si mesma não era uma coisa simples, pois, se a pessoa excomungada não se livrasse da excomunhão dentro de um ano, passava a ser considerada herética, e incorria em todas as penalidades que afetavam a heresia" (pág. 110). "A intolerância religiosa que incitou a Inquisição, causou guerras que envolveram cidades inteiras. Em 1209 a cidade de Beziers foi tomada por homens que tinham recebido a promessa do papa de que entrando na cruzada contra os hereges, eles (os assassinos), ao morrerem, passariam direto para o céu, desviando-se do purgatório. Reporta-se que sessenta mil, nesta cidade, pereceram pela espada. Em Lavaur, em 1211, o governador foi enforcado e a esposa lançada num poço e esmagada com pedras. Quatrocentas pessoas foram queimadas vivas em Lavaur. Os cruzados assistiram à missa solene pela manhã, em seguida passaram a tomar outras cidades da área. Neste cerco estima-se que cem mil albigenses (protestantes) caíram em um só dia. Seus corpos foram amontoados e queimados. No massacre de Merindol, quinhentas mulheres foram trancadas em um celeiro ao qual atearam fogo. Se qualquer uma pulasse das janelas seria recebida na ponta de lanças. Mulheres foram ostensiva e dolorosamente violentadas. Crianças assassinadas diante de seus pais. Algumas pessoas eram lançadas de abismos ou arrancavam suas roupas e arrastavam-nas pelas ruas. Métodos semelhantes foram usados no massacre de Orange em 1562. O exército italiano, enviado pelo Papa Pio IV, recebeu ordem e matar homens, mulheres e crianças. A ordem foi seguida com terrível crueldade, sendo o povo exposto a vergonha e tortura indescritíveis. Dez mil huguenotes (protestantes) foram mortos no sangrento massacre em paris no "Dia de São Bartolomeu", em 1572". (págs. 113-114).

Enciclopédia BARSA, vol. 8, pág. 30-31, edição 1977 - "Em 1229, no Concílio de Tolouse, criou-se oficialmente a Inquisição ou Tribunal do Santo Ofício. A partir deste momento, e sobretudo com o trabalho dos frades dominicanos, foi-se precisando a legislação e jurisprudência da Inquisição. O processo era sumário. O acusado podia ignorar o nome do acusador. Mulheres, crianças e escravos podiam ser testemunhas na acusação, mas não na defesa. Num destes processos consta o nome de uma testemunha de dez anos e idade. O padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus Guidonis, 1261-1331), um dos mais completos teóricos da Inquisição, enumerou, no seu Liber Sententiarum Inquisitionis ("Livro das Sentenças da Inquisição"), vários processos para a boa obtenção de confissões, inclusive pelo enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro."



Do livro "OS PIORES ASSASSINOS E HEREGES DA HISTÓRIA, DE CAIM A SADDAM HUSSEIN, do cearense Jeovah Mendes, edição 1997, págs 249-250.



"Em toda a sua calamitosa história, a Igreja Católica nada mais tem feito que perseguir o homem, sob o sofisma de agir em nome de Deus. Vejamos os morticínios que ela levou a efeito: As cruzadas à Terra Santa custaram à humanidade o sacrifício de dois milhões de vítimas; de Leão X a Clemente IX (papas) os sanguinários agentes do catolicismo, que dominavam a França, a Holanda, a Alemanha, a Flandes e a Inglaterra, realizaram a tenebrosa São Bartolomeu, de que já falamos, degolando, massacrando, queimando mais de dois milhões de infiéis, enquanto a Companhia de Jesus, obra do abominável Inácio de Loyola, cometia as maiores atrocidades, chegando mesmo a envenenar o Papa Clemente XIV. O seu agente S. Francisco Xavier, em missão no Japão, imolava cerca de quatrocentos mil nipônicos; as cruzadas levadas a efeito entre os indígenas da América, segundo Las Casas, bispo espanhol e testemunha ocular de perseguição e autos-de-fé, sacrificaram doze milhões de seres em holocausto ao seu Deus; a guerra religiosa que se seguiu ao suplício do Padre João Huss e Jerônimo de Praga, contou mais de cento e cinqüenta mil vidas imoladas à Igreja Romana; no século XIV, o grande Cisma do Ocidente cobriu a Europa de cadáveres, dado que nada menos de cinqüenta mil vidas foram o preço cobrado pela ira papal; as cruzadas levadas a efeito a partir de Gregório VII (papa), roubaram à Europa cerca de trezentos mil homens, assassinados com requintes de selvageria; nas terras do Báltico, os frades cavaleiros, além de uma devastação e pilhagem completa, ainda sacrificaram mais de cem mil vidas; a imperatriz Teodora, dando cumprimento a uma penitência imposta pelo seu confessor, fez massacrar cento e vinte mil maniqueus, no ano de 845; as disputas religiosas entre iconoclastas e iconólatras devastaram muitas províncias, resultando ainda no sacrifício de mais de sessenta mil cristãos degolados e queimados. A Santa Inquisição, na sua longa e tenebrosa jornada, levou aos mais horrorosos suplícios, inclusive às fogueiras, algumas centenas de milhares de pobres desgraçados; segundo o Barão d´Holbach, a Igreja Católica Romana, pelos seus papas, bispos e padres, é a responsável pelo sacrifício de cerca de dez milhões de vidas. Que mais é preciso dizer"?



AS TENTATIVAS DE ALGEMAR A PALAVRA DE DEUS

A história dos massacres e perseguições perde-se no tempo. Quase impossível para os historiadores é levantar o número exato ou aproximado de vítimas da Inquisição. O banho de sangue começou na Europa, mais precisamente em França, e se estendeu por países vizinhos. Havia, por parte da Igreja de Roma, uma preocupação constante com a propagação do Evangelho, com o conhecimento da Palavra, com a tradução da Bíblia em outras línguas. Preocupação no sentido de proibir. Só pelo fato de um católico passar a ler as Escrituras estava sujeito a ser considerado um herege e, como tal, ser excomungado e levado à fogueira. A Bíblia era, assim, considerada um obstáculo às pretensões da Igreja de Roma, de colocar todos os povos sob seus domínios.

Muitos meios foram usados para que a Bíblia ficasse restrita ao pequeno círculo dos sacerdotes, dos padres, dos bispos e dos papas. Dentre as medidas para conter o avanço da Palavra de Deus, estão as seguintes:



1) Em 1229, o Concílio de Tolouse (França), o mesmo que criou a diabólica Inquisição, determinou: "Proibimos os leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento... Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas, os mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido." (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2). Foi este mesmo Concílio que decretou a Cruzada contra os albigenses. Em "Acts of Inquisition, Philip Van Limborch, History of the Inquisition, cap. 08, temos a seguinte declaração conciliar: "Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprias, e mesmo alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do evangelho e fizeram um evangelho para seus próprios propósitos... (elas sabem que) a pregação e explanação da Bíblia é absolutamente proibida aos membros leigos".(grifo nosso).



2) No Concílio e Constança, em 1415, o santo Wycliffe, protestante, foi postumamente condenado como "o pestilento canalha de abominável heresia, que inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna".



3) O Papa Pio IX, em sua encíclica "Quanta cura", em 8 de dezembro de 1866, emitiu uma lista de oito erros sob dez diferentes títulos. Sob o título IV ele diz: "Socialismo, comunismo, sociedades clandestinas, sociedades bíblicas... pestes estas devem ser destruídas através de todos os meios possíveis".



4) Em 1546 Roma decretou: "a Tradição tem autoridade igual à da Bíblia". Esse dogma está em voga até hoje, até porque existe o dogma da "infalibilidade papal". Ora, se os dogmas, bulas, decretos papais e resoluções outras possuem autoridade igual à das Sagradas Escrituras, os católicos não precisam buscar verdades na Palavra e Deus.



5) O Papa Júlio III, preocupado com os rumos que sua Igreja estava tomando, ou seja, perdendo prestígio e poder diante do número cada vez maior de "irmãos separados" ou "'cristãos novos" ou "protestantes" (apesar dos massacres), convocou três bispos, dos mais sábios, e lhes confiou a missão de estudarem com cuidado o problema e apresentarem as sugestões cabíveis. Ao final dos estudos, aqueles bispos apresentaram ao papa um documento intitulado "DIREÇÕES CONCERNENTES AOS MÉTODOS ADEQUADOS A FORTIFICAR A IGREJA DE ROMA". Tal documento está arquivado na Biblioteca Imperial de Paris, fólio B, número 1088, vol. 2, págs 641 a 650. O trecho final desse ofício é o seguinte:

"Finalmente (de todos os conselhos que bem nos pareceu dar a Vossa Santidade, deixamos para o fim o mais necessário), nisto Vossa Santidade deve pôr toda a atenção e cuidado de permitir o menos que seja possível a leitura do Evangelho, especialmente na língua vulgar, em todos os países sob vossa jurisdição. O pouco dele que se costuma ler na Missa, deve ser o suficiente; mais do que isso não devia ser permitido a ninguém.

Enquanto os homens estiverem satisfeitos com esse pouco, os interesses de Vossa Santidade prosperarão, mas quando eles desejarem mais, tais interesses declinarão. Em suma, aquele livro (a Bíblia) mais do que qualquer outro tem levantado contra nós esses torvelinhos e tempestades, dos quais meramente escapamos de ser totalmente destruídos. De fato, se alguém o examinar cuidadosamente, logo descobrirá o desacordo, e verá que a nossa doutrina é muitas vezes diferente da doutrina dele, e em outras até contrária a ele; o que se o povo souber, não deixará de clamar contra nós, e seremos objetos de escárnio e ódio geral. Portanto, é necessário tirar esse livro das vistas do povo, mas com grande cuidado, para não provocar tumultos" - Assinam Bolonie, 20 Octobis 1553 - Vicentius De Durtantibus, Egidus Falceta, Gerardus Busdragus.



6) Além de tentar tapar a boca de Deus algemando a Sua Palavra, a Igreja de Roma modifica ou suprime trechos sagrados da Bíblia para justificar sua Tradição. Daremos dois exemplos: 1) acatou o livro apócrifo de Macabeus dentre outros, admitindo-o como divinamente inspirado, para justificar a oração pelos mortos. 2) suprimiu o SEGUNDO MANDAMENTO em seu Catecismo. No Catecismo da Primeira Eucaristia, 12ª edição, Paulinas, São Paulo, 1975, à pág. 70, lê-se: Mandamentos da lei de Deus: 1) amar a Deus sobre todas as coisas; 2) não tomar seu santo nome em vão; 3) guardar os domingos e festas; 4) honrar pai e mãe; 5) não matar; 6) não pecar contra a castidade; 7) não furtar; 8) não levantar falso testemunho; 9) não desejar a mulher do próximo; 10) não cobiçar as coisas alheias.



7) Os mandamentos de Deus estão no livro de Êxodo. No capítulo 20, versos 4 e 5 assim está escrito: "NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM DE ESCULTURA, NEM SEMELHANÇA ALGUMA DO QUE HÁ EM CIMA DOS CÉUS, NEM EM BAIXO NA TERRA, NEM NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA. NÃO TE ENCURVARÁS A ELAS NEM AS SERVIRÁS". Então, como se vê, a Igreja Romana suprimiu do seu Catecismo o Segundo Mandamento. Isto é grave para quem é temente a Deus. Muito grave. Por que suprimiu? Para que não houvesse o confronto de suas práticas idólatras com a Palavra de Deus?



Todos esses maléficos expedientes usados para eliminar, alterar ou suprimir as Sagradas Escrituras não conseguiram êxito. A Bíblia é o livro mais vendido e mais lido em todo o mundo e está traduzido para quase 2.000 línguas e dialetos. Só no Brasil são vendidos por ano mais de quatro milhões de bíblias, afora uns 150 milhões de livros com pequenos trechos (bíblias incompletas),

Os reflexos desses expedientes, ou seja, as tentativas de algemar a Palavra de Deus, ainda hoje são sentidos. No Brasil são poucos os católicos que se dedicam à leitura da Bíblia, embora os carismáticos estejam mais desenvolvidos no particular. Regra geral, se contentam "com o pouco que lhes são oferecido na missa", e enquanto se contentam com esse pouco (como sugeriram aqueles bispos ao papa, item 5 retro) continuam errando. "ERRAIS, NÃO CONHECENDO AS ESCRITURAS, NEM O PODER DE DEUS". (Mateus 22.29)



O SANGUE DOS MÁRTIRES

Não se pode separar a Inquisição da Reforma, uma vez que as perseguições, e com elas os inquisidores, surgiram em decorrência do protesto (advindo daí a alcunha de protestantes) de homens inconformados com as doutrinas e práticas da Igreja de Roma, cada vez mais se distanciando do Evangelho de Jesus Cristo. Wycliffe, John Huss, Jerônimo e Lutero não se calaram diante da luxúria, da venda de indulgências, do jogo de interesses e do baixo nível moral do clero romano. Esses "reformadores" desejavam, em suma, criar condições favoráveis a que a Igreja Católica Romana corrigisse seus erros. Apresentavam a Bíblia como única regra de fé e prática; Jesus como único Sumo Sacerdote; defendiam a liberdade de a Bíblia ser traduzida na língua de cada povo, de ser lida e interpretada por qualquer cristão; combatiam a submissão dos governantes aos papas e a espoliação do povo através de cobrança de impostos para os cofres de Roma. "Pelo pagamento de dinheiro à igreja, o povo poderia livrar-se do pecado e igualmente libertar as almas de amigos falecidos que estivessem confinadas às chamas atormentadoras. Por esses meios Roma encheu os cofres e sustentou a magnificência, luxo e vícios dos pretensos representantes dAquele que não tinha onde reclinar a cabeça". Em vez de considerar os protestos e analisá-los à luz da Palavra de Deus, e proceder as mudanças internas cabíveis, Roma preferiu partir para o ataque. Criou a Inquisição para exterminar os protestantes; proibiu a leitura da Bíblia e sua tradução em outras línguas; classificou de heresia qualquer ensino ou crença contrários à fé católica; sentenciou, torturou, degolou, exterminou, excomungou, massacrou um número incalculável de santos. "ENTÃO, VOS HÃO DE ENTREGAR PARA SERDES ATORMENTADOS E MATAR-VOS-ÃO. E SEREIS ODIADOS DE TODAS AS GENTES POR CAUSA DO MEU NOME" (Mateus 24.9).

Muitos pagaram com a vida pelo desejo de reformar. Alcançaram a vitória porque resolveram enfrentar a poderosa Igreja de Roma, os inquisidores, a fogueira, a excomunhão e toda a espécie de vexames; enfrentaram acusações e ameaças mas não dobraram seus joelhos diante dos papas. Vejamos alguns exemplos.



JOHN WYCLIFFE (1320 - 1384)

Wycliffe, teólogo inglês, precursor da Reforma, pregava uma Igreja sem a direção papal, era adversário das indulgências e combatia o excesso de bens materiais dos clérigos. Foi doutor de Teologia, advogado eclesiástico a serviço da Coroa, e tornou-se reitor de Lutterworth em 1374. Sua maior obra, contudo, foi a tradução das Escrituras para o inglês. A partir daí a Palavra de Deus se fez conhecida na Inglaterra.

Ousado e destemido, Wycliffe atacou de forma brilhante o clero romano, acusando-o de explorar o povo e os governantes com a venda de indulgências; de criar clima de tensão e horror ao ameaçar os fiéis com excomunhão; de tentar conter a propagação da Palavra ao proibir a leitura da Bíblia e a sua tradução para línguas conhecidas do povo. Chamado a retratar-se por ocasião de uma enfermidade que muito o enfraqueceu, disse: "Não hei de morrer, mas viver e denunciar novamente as más ações dos frades".

Tendo sido levado pela terceira vez ao tribunal eclesiástico, e acusado de heresia, Wycliffe declarou: "Com que julgais estar a contender? Com um ancião às bordas da sepultura? Não! Estais a contender com a Verdade, Verdade que é mais forte do que vós e vos vencerá". Deus livrou Wycliffe da fogueira: faleceu repentinamente após um ataque de paralisia. Sua voz silenciou, mas sua fé em Jesus Cristo fez discípulos em todo o mundo.



JOHN HUSS (1369 - 1415)

Divulgador das idéias do santo Wycliffe, natural da Boêmia, depois de completar o curso superior ordenou-se sacerdote, havendo exercido o cargo de professor e mais tarde de reitor da universidade de Praga. Huss, embora não estivesse de acordo com todos os ensinos de Wycliffe, ficou bastante influenciado pelas idéias desse inglês, e resolveu aprofundar-se mais no estudo da Bíblia. O segundo passo foi denunciar o verdadeiro caráter do papado, o orgulho, a ambição e a corrupção da hierarquia. Defendia a Bíblia como sendo a única regra de fé e prática do cristão, e ensinava que a Palavra de Deus podia ser pregada por qualquer pessoa.

Esse tipo de liberdade de pensamento não era admitido pela todo-poderosa Igreja de Roma. A reação veio rápida. O santo Huss foi convocado a comparecer perante o papa, em Roma. Apoiado pelos governantes e por uma parcela da população, ele não atendeu ao chamado. Diante de tão grande afronta ao Sumo Pontífice, Huss foi excomungado e a cidade de Praga interditada. Com a interdição, o povo ficaria privado das bênçãos divinas, bênçãos que somente o papa, como representante de Deus, tinha autoridade para ministrar. Era isso que ensinava a Igreja era assim que pensavam muitos.

O período da Inquisição - uns 600 anos - foi um período negro na história da Igreja de Roma. Muitos povos, muitos grupos, muitas nações se enchem de orgulho e júbilo quando falam do seu passado. A Igreja Católica Romana não tem do que se alegrar. A lista dos ANTIPAPAS compreende 39 sumos pontífices, no período de 217 a 1449, abrangendo, portanto, um interregno de 1.200 anos, conforme a Enciclopédia BARSA. O clímax da imoralidade papal deu-se no período de 1378 a 1417, "durante o qual houve diversos papas ao mesmo tempo: a França e seus aliados obedeciam ao Papa de Avignon, enquanto a Alemanha, a Itália e a Inglaterra ao de Roma".

No caso do santo Huss, acusado de heresia, não se sabia a quem recorrer porque a Igreja estava dividida. Daí porque a pedido do imperador Sigismundo, o Papa João XXIII - um dos três papas rivais - convocou um concílio geral na cidade de Constança, ao qual compareceram, como réus, o excomungado John Huss e o Papa João XXIII, este acusado por vários crimes cometidos durante seu ministério no período de 1410 a 1415: fornicação, adultério, incesto, sodomia, roubo, simonia, assassinato. "Foi provado, por uma legião de testemunhas, que ele havia seduzido e violado trezentas freiras, e que havia montado um harém em Boulogne onde não menos de duzentas meninas tinham sido vítimas de sua lubricidade". Condenaram-no por cinqüenta e quatro crimes. Deus colocou num mesmo tribunal um "herege" e um papa. O único "crime" do santo Huss fora o não se submeter à vontade de Roma. Por isso, foi condenado à fogueira. Antes da fogueira, Huss foi preso e lançado numa masmorra. Da prisão escreveu a um amigo: "Escrevo esta carta na prisão e com as mãos algemadas, esperando a sentença de morte para manhã... Quando, com o auxílio de Jesus Cristo, de novo nos encontrarmos na deliciosa paz da vida futura, sabereis quão misericordioso Deus Se mostrou para comigo, quão eficazmente me sustentou em meio de tentações e provas". Em outra carta disse: "Que a glória de Deus e a salvação das almas ocupem a tua mente, e não a posse de benefícios e bens. Acautela-te de adornar tua casa mais do que a tua alma; e, acima de tudo, dá teu cuidado ao edifício espiritual. Sê piedoso e humilde para com os pobres, e não consumas haveres em festas".

Antes de ser levado ao local da execução, deu-se a cerimônia da degradação: as vestes sacerdotais do santo Huss foram arrancadas e sobre sua cabeça colocaram uma carapuça de papel com a inscrição "Arqui-herege". "Com muito prazer, disse Huss, "levarei sobre a cabeça esta coroa de ignomínia por Teu amor ó Jesus, que por mim levaste uma coroa de espinhos. Invoco a Deus para testemunhar que tudo que escrevi e preguei foi dito com o fim de livrar almas do pecado e perdição; e, portanto, muito alegremente confirmarei com meu sangue a verdade que escrevi e preguei". As chamas começaram a tomar conta do seu corpo. Huss orou várias vezes até perder a voz: "JESUS, FILHO DE DAVI, TEM MISERICÓRDIA DE MIM". O martírio do Santo Huss se deu em 6 de julho de 1415, no mesmo dia de sua condenação. Naquele mesmo dia o santo John Huss se encontrou com Jesus, no Paraíso.



JERÔNIMO DE PRAGA (1360 - 1416)

São Jerônimo, embora consciente do risco que corria, apresentou-se ao Concílio de Constança (sudoeste da Alemanha), ano de 1414, para defender os ensinos do seu amigo John Huss, e dar testemunho de sua fé. Logo após haver confirmado suas idéias "heréticas", foi encarcerado numa masmorra, alimentado a pão e água. Doente, debilitado e abandonado por amigos, cedeu à pressão dos inquisidores e declarou que retornaria à fé católica. Ainda assim, retornou à prisão e lá permaneceu por trezentos e quarenta dias. Durante esse tempo, refletiu sobre a sua fraqueza de fé e se sentiu envergonhado de haver cedido. Verificou que não valia a pena negar as verdades bíblicas para salvar a pele. Novamente perante o Concílio, Jerônimo falou: "Estou pronto para morrer. Não recuarei diante dos tormentos que me estão preparados por meus inimigos e falsas testemunhas, que um dia terão que prestar contas de suas imposturas diante do grande Deus, a quem nada pode enganar. De todos os pecados que cometi desde minha juventude, nenhum pesa tão gravemente em meu espírito e me acusa tão pungente remorso, como aquele que cometi neste lugar fatídico, quando aprovei a iníqua sentença dada contra Wycliffe e com o santo mártir John Huss, meu mestre e amigo".

E prosseguiu Jerônimo: "Confesso-o de todo o coração e declaro com horror, que desgraçadamente fraquejei quando, por medo da morte, condenei suas doutrinas. Portanto, suplico a Deus Todo-poderoso Se digne perdoar meus pecados, e em particular este, O MAIS HEDIONDO DE TODOS. Provai-me pelas escrituras que estou em erro, e o abjurarei. São as tradições dos homens mais dignas de fé do que o Evangelho do nosso Salvador?"

São Jerônimo foi logo levado à fogueira. Quando as chamas começaram a queimar seu corpo, orou ao Pai: "Senhor, Pai Todo-poderoso, tem piedade de mim e perdoa os meus pecados; pois sabes que sempre amei Tua verdade".





JOANA D'ARC (1412 - 1431)

Uma das milhares de vítimas dos autos-de-fé do Santo Ofício. Dizendo-se enviada por Deus, ela desejou e conseguiu, embora parcialmente, livrar sua Pátria, a França, da dominação inglesa. A "heroína da França" não se livrou das mãos dos inquisidores. Por causa de suas ousadas atitudes, foi acusada de feiticeira, sortílega, bruxa, pseudo-profeta, invocadora de espíritos malignos, idólatra maldita e amaldiçoada, escandalosa, sediciosa, perturbadora da paz do País, incitadora de guerras, cruelmente sequiosa de sangue humano, mentirosa, perniciosa, abusadora do povo, mágica, supersticiosa, cruel, dissoluta, invocadora de diabos, apóstata, cismática e herege.

Joana d´Arc, vítima de uma traição, é feita prisioneira e entregue ao Tribunal da Inquisição para julgamento espiritual. O inquérito é comandado pelo Bispo Messire Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, a quem coube intermediar o resgate da donzela por dez mil escudos franceses, a fim de ser entregue ao Vigário Geral da Inquisição da Fé no Reino de França. A alegação era a de que, por ela, "Deus tinha sido ofendido sem medida, a Fé excessivamente afrontada, e a Igreja desonrada".

O Tribunal da Inquisição funcionava assim: se o réu reconhece a culpa, há esperança de ser reconduzido ao rebanho de Deus, e será condenado à prisão perpétua; se não se retrata, será torturado uma vez. Como a tortura não podia ser renovada, era apenas "interrompida" no caso de desmaio. A nova sessão de tortura seria uma continuação, e não uma nova tortura. Lembremos que o emprego da tortura foi permitido pelo Papa Inocêncio III.

Condenada a ser queimada viva como relapsa, herética e feiticeira, Joana d´Arc foi supliciada publicamente na Praça do Mercado Velho, em Rouen (França), em 30 de maio 1431. Por ato do Papa Bento V, em 1920, a "maldita" donzela foi canonizada. Aos olhos da Igreja Católica ela, agora, é uma santa. Aos olhos de Deus, ela sempre foi uma santa, a Santa Joana d'Arc.





MARTINHO LUTERO (1483 - 1546)

Considerado o fundador da doutrina protestante, o santo Lutero, de naturalidade alemã, doutorou-se em Teologia pela Universidade de Wittenberg, e, por esse tempo, leu pela primeira vez a Bíblia. Tendo sido tomado de um imenso desejo de ter uma comunhão mais estreita com Deus, resolveu ser monge e entrou na Ordem dos Agostinianos, no ano de 1505. Lutero levava uma vida de simplicidade, de jejum e orações. A leitura da Bíblia lhe havia despertado a consciência. Foi tocado pela luz do Evangelho e estava decidido em caminhar no Caminho chamado Jesus.

Em 1510, "esteve sete meses em Roma, a fim de tratar assuntos relacionados com a Ordem, e voltou de lá impressionado com o que vira: luxo, pompa, casas suntuosas para os monges que não raro de banqueteavam fartamente. E não apenas isso. Ele se encheu de espanto ao ver a iniqüidade entre o clero, "gracejos imorais dos prelados, profanidade durante a missa, desregramento e libertinagem". "Ninguém pode imaginar", escreveu ele, "que pecados e ações infames se cometem em Roma... Se há inferno, Roma está construída sobre ele".

Ainda em Roma, quando fazia penitência subindo de joelhos a "escada de Pilatos", ouviu uma voz dizendo: "O justo viverá pela fé" (Rm 1.17). Entendeu, então, que os homens não podem alcançar a salvação por suas obras. As penitências exigidas pelo clero romano não tinham valor algum. Seu afastamento de Roma se tornou cada vez maior.

Lutero se indignou com a venda de indulgências. Pecados cometidos, ou os que porventura fossem praticados no futuro, eram perdoados pela Igreja, bastando que o pecador pagasse certa quantia. Lutero pregava que somente o arrependimento e a fé em Jesus Cristo poderiam salvar o pecador. O destemido sacerdote resolveu tomar uma atitude extrema. Afixou na porta da igreja de Wittenberg noventa e cinco teses contra as indulgências. Com base na Bíblia, mostrava que o Papa nem qualquer homem pode perdoar pecados. "Mostrava que a graça de Deus é livremente concedida a todos os que O buscam com arrependimento e fé". Rapidamente os ensinos de Lutero se espalharam pela Europa, e as verdades bíblicas começaram a se instalar nos corações. "ASSIM SERÁ A PALAVRA QUE SAIR DA MINHA BOCA: ELA NÃO VOLTARÁ PARA MIM VAZIA, MAS FARÁ O QUE ME APRAZ, E PROSPERARÁ NAQUILO PARA QUE A ENVIEI" (Isaias 55.11).

"Aquele que deseja proclamar a verdade de Cristo ao mundo, deve esperar a morte a cada momento". Com esse pensamento Lutero se dirigiu a Augsburgo, cidade alemã, onde se defrontaria com os representantes do Papa Leão X. Convidado a retratar-se, Lutero não se dobrou diante de ameaças e confirmou todas as verdades que dissera em seus escritos. Não poderia renunciar à verdade. O prelado inquisidor, cheio de ódio, disse-lhe: "Retrate-se ou mandá-lo-ei a Roma". Roma seria o fim do caminho, o caminho da morte, a morte na fogueira, tal qual acontecera com seu amigo John Huss. Na madrugada do dia seguinte, estando a cidade às escuras, Lutero conseguiu se evadir de Augsburgo contando, para isso, com a ajuda de amigos. Escapou milagrosamente das mãos do representante papal que intentara prendê-lo.

Embora diante de tantas dificuldades, já classificado de herege, excomungado e condenado, Lutero não diminuiu suas severas críticas ao papado e às doutrinas romanas. Disse: "Estou lendo os decretos do pontífice e... não sei de o papa é o próprio anticristo, ou seu apóstolo...". Enquanto isso os papas intensificavam o negócio das indulgências. O Papa Alexandre VI, predecessor de Júlio II, foi quem instituiu a venda de indulgências, pois precisava de dinheiro "para adornar com diamantes e pérolas a filha Lucrécia Bórgia". Esse papa não só foi amante de sua própria filha, a célebre Lucrécia Bórgia, como foi amante, também, da irmã de um cardeal que se tornou o papa seguinte, Pio III, em 1503. Os papas Júlio II e Leão X, por sua vez, apelaram para o rendoso comércio do perdão, aquele tendo em mira a construção da Basílica de São Pedro e este para satisfazer seus gastos supérfluos.

Um dos encarregados da venda de indulgências, o frei João Tetzel, fazia-o com voz forte nas feiras anuais, oferecendo a sua mercadoria. Dizia:

- Assim que o dinheiro tilinta na caixa, a alma salta fora do purgatório.

Ninguém mais se importava em pecar e a moralidade estava em baixa. Se algum padre desejasse impor alguma penitência, os fiéis apresentavam o documento comprovando a "compra" do perdão divino. Enquanto a Igreja de Roma subtraía elevados recursos financeiros ao povo, com heresias, superstições e ameaças, Lutero se aprofundava no estudo da Bíblia. Declarava abertamente que não havia distinção entre pecado mortal e pecado venial - como dizia o catolicismo - pois, afirmava, "pecado é pecado, sem gradação, e qualquer pecado leva ao inferno, pois afasta o pecador de Deus". Boa parte de seus sermões era destinada a protestar contra o comércio das indulgências, dizendo que estas eram inúteis. E perguntava: "Se o Papa pode libertar as almas do purgatório quando lhe dão dinheiro, por que não esvazia de uma vez o purgatório?" Abrimos aqui um parêntese para perguntar: se as missas de sétimo dia podem livrar as almas do purgatório, por que não se faz uma única missa (um missão) em favor de todas as almas e as livra de uma só vez do fogo purificador?

Martinho Lutero continuou derrubando uma a uma, com a Palavra, as doutrinas romanas. A um enviado do Papa Leão X, que lhe propôs uma reconciliação e alegou, como argumento, a autoridade do Papa, Lutero respondeu com firmeza: "Só na Bíblia e não no Papa reside a autoridade". E continuou: "O próprio Cristo é o chefe da Igreja e não o Papa. Não lhe é permitido estabelecer um artigo de fé, sem base bíblica. "O papa é soberano legítimo, não com direito divino, mas humano".

No dia 15 de junho de 1520, com a bula Exurge, o Papa Leão X "condenou quarenta e uma proposições de Lutero, ameaçando-o de excomunhão, se não se retratasse dentro de sessenta dias". Essa bula condenava, em suma, a liberdade de consciência. O historiador Schaff assim definiu o documento: "Podemos inferir daquele documento em que estado de servidão intelectual estaria o mundo atualmente, se o poder de Roma houvesse conseguido esmagar a Reforma. Difícil será avaliar quanto devemos a Martinho Lutero, no terreno da liberdade e do progresso..." Num gesto memorável de audácia, destemor e ousadia, Lutero queimou a bula papal em praça pública a 10 de dezembro de 1520.

Por mais de uma vez Lutero compareceu diante dos emissários de Roma. Aconselhado a não se apresentar em razão do risco que corria, Lutero respondeu: "Ainda que acendessem por todo o caminho de Worms a Wittenberg uma fogueira... em nome do Senhor eu caminharia pelo meio dela; compareceria perante eles... e confessaria o Senhor Jesus Cristo".

Na presença do imperador Carlos V, da Alemanha, de príncipes e delegados de Roma, que esperavam uma retratação do excomungado herege, Lutero falou: "visto que vossa sereníssima majestade e vossas nobres altezas exigem de mim resposta clara, simples e precisa, dar-vo-la-ei, e é esta: não posso submeter minha fé, quer ao papa, quer aos concílios, porque é claro como o dia que eles têm freqüentemente errado e se contradito um ao outro. A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras... não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; queira Deus ajudar-me. Amém".

As tentativas de reconciliação do sacerdote Martinho Lutero com o papado, ou seja, os planos de fazê-lo voltar ao aprisco de Roma fracassaram todos: "Consinto em que o imperador, os príncipes e mesmo o mais obscuro cristão, examinem e julguem os meus livros; mas sob uma condição: que tomem a Palavra de Deus como norma. Os homens nada têm a fazer senão obedecer-lhe. No tocante à Palavra de Deus e à fé, todo cristão é juiz tão bom como pode ser o próprio papa, embora apoiado por um milhão de concílios".



O Concílio em Worms não se deteve em examinar, pelas Escrituras, as verdades contidas nos pronunciamentos e escritos de Lutero. "Deus não quer - dizia ele - que o homem se submeta ao homem, pois tal submissão em assuntos espirituais é verdadeiro culto, e este deve ser prestado unicamente ao Criador. Alertado de que estava proibido de subir ao púlpito, recusou-se a obedecer: "Nunca me comprometi a acorrentar a Palavra de Deus, nem o farei".



LUTERO LIVRA-SE DA FOGUEIRA

Tão logo expirasse o prazo de um salvo-conduto que o imperador lhe concedera, Lutero, conforme resolução do Concílio, deveria ser preso, todos os seus escritos destruídos; a ninguém era permitido dar-lhe comida ou bebida, e os seus discípulos sofreriam igual condenação. Isto, em outras palavras, significava FOGUEIRA. O plano de Deus era outro. Para livrá-lo da fogueira um grupo de amigos "seqüestrou" a Lutero e o transportou, através da floresta, para o castelo de Wartburgo, construído nas montanhas, e de difícil acesso.

Lutero alguns anos depois saiu daquele castelo e continuou fazendo discípulos e pregando o Evangelho da salvação. A Reforma estava implantada. A Luz alcançava muitos países. Iluminou a Europa, as Américas, a América do Sul, o Brasil... porque ninguém pode algemar a Palavra de Deus.



GALILEU GALILEI (1564 - 1642)

Físico italiano, fez numerosas descobertas nos campos da Física e da Astronomia. Com seu telescópio (luneta) descobriu as montanhas da Lua, os satélites de Júpiter, as manchas solares, as fases de Vênus, os anéis de Saturno. Suas descobertas e ensinos foram considerados uma heresia pelos censores romanos. Acabrunhado, doente, preso em Roma, assinou sua retratação. Antes, os inquisidores lhe mostraram a sala de tortura e os respectivos instrumentos. Combalido e ajoelhado diante dos representantes do Papa Urbano VIII, leu e assinou sua retratação: "Eu, Galileu Galilei, tendo sido trazido pessoalmente ao julgamento e ajoelhando-me diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Cardeais, Inquisidores Gerais da Comunidade Cristã Universal contra a depravação herética... juro que sempre acreditei em cada artigo que a sagrada Igreja Católica, Apostólica de Roma, sustenta, ensina e prega.. Mas porque este Sagrado Ofício ordenou-me que abandonasse completamente a falsa opinião, a qual sustenta que o Sol é o centro do mundo e imóvel, e proíbe abraçar, defender ou ensinar de qualquer modo a dita falsa doutrina... com sinceridade abjuro, maldigo e detesto os ditos erros de heresia..."

A diabólica Inquisição não só condenou os ensinos de Galileu, mas também os de Copérnico. O Tribunal Inquisitório assim se pronunciou: "A tese de que o Sol é o centro do sistema e não se move ao redor da Terra, é néscia, absurda, teologicamente falsa e herética, sendo frontalmente contrária às Sagradas Escrituras..."

Galileu livrou-se da fogueira, mas passou vários meses sob prisão. Muito doente e cego, veio a falecer no dia 8 de janeiro de 1642. E a Igreja de Roma acabava de escrever mais um capítulo de terror em sua história. Em janeiro de 1998, o Papa João Paulo II, formalizou o tardio pedido de perdão ao notável astrônomo Galileu.

Podemos imaginar quão constrangedor para esse notável homem foi ajoelhar-se diante de uma corte devassa e negar anos e anos de estudo e observação. Dizem que Galileu, antes de morrer, balbuciou: "a terra por si se move".



MÁRTIRES ANÔNIMOS

Wycliffe, Huss, Jerônimo e Lutero foram citados apenas como exemplo. O caminho da fogueira foi trilhado por milhares e milhares de mártires anônimos, gente simples, discípulos fervorosos, pessoas indefesas e pobres, homens, mulheres, jovens, velhos e crianças, vítimas da sanha assassina dos representantes da poderosa Igreja Católica Romana, que, aliada ao poder das armas, teve a pretensão de ser universal e de impor suas doutrinas aos seus súditos. Mártires anônimos foram os albigenses e os valdenses; mártir quase desconhecido foi Luís de Berquin, que, apaixonado pelo Evangelho, foi estrangulado e queimado em 1529 sem tempo para dar uma última palavra; mártires anônimos foram muitos franceses queimados vivos com requintes de crueldade, sem direito a defesa. A todos esses homens de fé e de coragem, baluartes da defesa das Sagradas Escrituras como única fonte de autoridade, a eles nossa homenagem póstuma, nossa gratidão, nossa admiração pelo que fizeram em prol de um cristianismo livre de heresias, de idolatria, de práticas pagãs.



UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE

Recuso-me a chamar a INQUISIÇÃO de Santo Ofício ou de Santa Inquisição. Seria santa se inspirada por Deus ou a Seu serviço. Não foi de inspiração divina porque Deus é amor. Deus não gera o ódio nos corações dos homens. Ele não é a fonte do mal. Não foi de inspiração divina a Inquisição porque Deus não iria perseguir, torturar e executar homens e mulheres que defendiam as Escrituras Sagradas, ou seja, a Palavra de Deus; não foi de inspiração divina porque muitos dos papas que direta ou indiretamente comandaram os massacres - papas, frades, monges, padres, cardeais (o clero romano) - não possuíam a direção do Espírito Santo, pois foram chamados de "antipapas" em razão do baixo nível moral em que viviam (adultério, imoralidade sexual, estupros, luxúria, etc). Quem comandou a Inquisição ou os Tribunais Eclesiásticos foi o próprio Satanás". O maior inimigo de Deus e do homem, ele, o Diabo, foi quem arquitetou esse plano diabólico nos palácios de Roma, pois ele era e é o mais interessado em algemar a Palavra de Deus; em não permitir a divulgação e propagação do Evangelho; em cristianizar o paganismo ou paganizar o cristianismo. A Inquisição teve, portanto, origem diabólica. O paradoxo é que esse crime contra a humanidade foi urdido no seio de uma igreja que se declarou infalível e dona da verdade.

Em nenhuma outra época se assistiu com tanta realidade o cumprimento da profecia de Jesus:

-"Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos se escandalizarão, trair-se-ão mutuamente e se odiarão uns aos outros. Surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos... e este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações. Então virá o fim". (Mateus 24.9-14).



O cumprimento dessa profecia continua em andamento. Milhares de cristãos são mortos anualmente em todo o mundo. Mas, por outro lado, o evangelho do reino continua sendo pregado ("será pregado em todo o mundo"), mudando a vida de milhões de pessoas.

As Cruzadas e a Inquisição mataram mais gente do que o nazismo na Segunda Guerra Mundial, na qual morreram seis milhões de judeus. Os massacres em nome de Deus vitimaram um número bem superior de pessoas classificadas de "hereges", acusadas de desenvolverem uma fé contrária à da Igreja Católica, de não aceitarem a "infalível" autoridade papal e de combaterem, ousadamente, a imoralidade, a ganância e a corrupção no clero romano.

Não se tem notícia de que os assassinos da Inquisição tenham se submetido a um tribunal internacional para responder por seus crimes. Um ou outro papa foi preso e condenado, como no caso do Papa João XXIII (1410-1415) julgado e condenado pelo Concílio de Constança por cinqüenta e quatro crimes da pior espécie. A História condena a todos, mas a justiça maior virá do céu: o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o Justo Juiz, quando voltar, derramará seus juízos sobre a Terra, e os criminosos que morreram sem arrependimento e conversão receberão o merecido castigo. O sangue dos mártires estará sempre na lembrança dos homens. As perseguições e os massacres foram contra o próprio Jesus. Vejam o que disse Jesus a Saulo, este que perseguia os cristãos (Atos 9.4-5):

- Saulo, Saulo, por que me persegues?

- Eu sou Jesus, a quem tu persegues.





PALAVRAS FINAIS



O que relatamos neste estudo representa apenas uma pequena parcela do que realmente foi a diabólica Inquisição e o que ela representou de negativo para toda a humanidade. Os representantes papais nunca agiam sozinhos. A igreja Católica estava atrelada de tal forma aos imperadores, reis e governos que, por vezes, não se sabia o que pesava mais num massacre: se o motivo religioso, em que Roma defendia seus altos interesses, ou o político, sob manobra dos governantes. O certo é que a parceria Igreja-Estado fabricou uma arma mortífera: A Inquisição. O sangüinário Hitler tentou purificar a raça ariana executando o povo judeu. Os sangüinários inquisidores tentaram purificar a fé católica matando os "hereges".

Uma pergunta que devemos fazer é a seguinte: a Igreja Católica, apostólica e romana, foi realmente guiada desde sua instituição pelo Espírito Santo? Se a resposta for negativa, então a criação da Inquisição está plenamente justificada. Se positiva a resposta, isto é, se aceitarmos a versão de que o Espírito de Deus guiou essa Igreja desde o seu nascedouro, teremos que fazer outra indagação: O Espírito Santo errou ao escolher homens sanguinários para dirigir a Igreja de Cristo? O Espírito de Deus erra?

Quando lemos o livro de Atos, deparamo-nos com o Senhor Jesus orientando, exortando e guiando Sua Igreja e até comissionando obreiros. Vejamos alguns exemplos:

1) " O anjo do Senhor disse a Filipe: Levanta-te, e vai para a região do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta" (Atos 8.26).

2) "Disse o Senhor a Ananias, numa visão: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo, pois ele está orando... vai, ele é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome perante os gentios, os reis e os filhos de Israel" (Atos 9.10-15).

3) "Disse o Espírito Santo: Apartai-vos a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13.1-2).

4) "Passando (Paulo e Timóteo) pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. Quando chegaram à Misia, tentavam ir para a Bitínia. MAS O ESPÍRITO DE JESUS NÃO LHO PERMITIU" (Atos 16.6-7)



Assim, em muitas ocasiões o Espírito de Deus conduziu os destinos da Igreja de Cristo. Em nenhum momento vê-se aqueles santos cometerem qualquer deslize, qualquer ato reprovável. Não alimentavam o desejo de exterminar as pessoas que não aceitavam o Evangelho ou não se convertiam.

Para justificar os crimes cometidos pelos inquisidores a Igreja de Roma põe a culpa no Diabo. O Espírito Santo permitiu que forças demoníacas se instalassem na sede dessa Igreja, em Roma, donde saíram as bulas e decretos papais autorizando ou consentindo as Cruzadas, os massacres, as perseguições? Proibindo a tradução da Bíblia em outras línguas? Proibindo aos leigos a leitura das Sagradas Escrituras? Autorizando a venda de perdão (indulgências) como se fora uma mercadoria? Impedindo a livre manifestação do pensamento?

Não, não foi o Espírito de Deus que comandou essa carnificina chamada Inquisição. Quem armou essa trama foi o mesmo espírito que enganou a Eva; o mesmo que tentou a Jesus no deserto, e o mesmo que encarnou em Hitler. Foi ele mesmo, o Diabo, que assumiu o comando em Roma e dirigiu o banho de sangue na Europa e em outras partes do mundo. A igreja Católica perdeu uma das melhores oportunidades de sua história de voltar-se à Palavra de Deus, remover os empecilhos, rever suas doutrinas, ouvir os reformadores, humilhar-se, arrepender-se e suplicar a misericórdia do Senhor. Somente assim a influência maligna seria contida.

Por mais que desejemos fazer reflexões com serenidade, não conseguimos conter nossa perplexidade diante de tantos desatinos promovidos por homens que se diziam, "Vigários de Cristo" e "infalíveis". Os crimes cometidos em nome da fé católica, quer nas Cruzadas, quer nos Tribunais de Inquisição, são crimes inqualificáveis, crimes contra a humanidade, e como tal devem ser lembrados por todos os séculos.

Jesus afirmou que "AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO CONTRA A SUA IGREJA" (Mateus 16.18). Não prevaleceram. A Igreja de Cristo, que parecia aterrada diante do poder de Roma, saiu-se vitoriosa. As muralhas de Jericó foram derrubadas. De nada valeram as perseguições, as humilhações e a matança. A luz do Evangelho se espalhou por todo o mundo.

Não houve como impedir a propagação do Evangelho do nosso Salvador. Mais uma vez o inimigo foi derrotado. Acossados em determinada cidade ou região os crentes procuravam refúgio nas cavernas, nos guetos ou em outras nações. Mas por onde passavam davam testemunho de sua fé. Por toda a parte a fé bíblica era aceita com alegria, em substituição à fé católica.

A Igreja de Roma viu cair por terra seu intento de ser universal. A palavra "católica" quer dizer universal. Nas regiões onde o protestantismo prevaleceu, a Igreja romana foi substituída por uma série de igrejas evangélicas autônomas, completamente desligadas do poder papal. O sangue dos justos serviu para regar a Palavra plantada. A Inquisição não impediu o crescimento numérico e qualitativo dos protestantes, que, submissos a Deus e à Sua Palavra, desprezam tradições e dogmas não alinhados com a Bíblia Sagrada.

Louvado, engrandecido e exaltado seja o nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Eis aí apenas um esboço do que foi a diabólica INQUISIÇÃO, que tantos malefícios causou à humanidade. Muito longe estamos de conhecer todos os labirintos dos tribunais inquisitórios. O atual representante da Igreja de Roma (estamos em agosto/98) tem ensaiado pedidos de perdão, como no caso de Galileu Galilei. Mas pergunto: pedido de perdão a quem? A Deus? À Humanidade? Às famílias das vítimas? Ora, não se pode pedir perdão a Deus em nome de um pecador. Ademais, não é o caso de pedido de perdão em nome da entidade religiosa, porque não será a Igreja Romana que receberá o castigo eterno. O castigo será individual. Cada um receberá pessoalmente a sentença do Justo Juiz. Logo, o pedido de perdão formulado pela Igreja Católica, através de seu líder, é na verdade um gesto elogiável, uma manifestação de humildade, mas, por si só, não apaga o pecado dos algozes da Inquisição. Sem arrependimento não há perdão e sem perdão não há salvação. Todos os envolvidos nos massacres - papas, cardeais, frades, monges, reis e rainhas - se não se arrependeram de seus crimes e não rogaram o perdão de Deus, ou seja, se não se converteram ao Senhor Jesus antes de morrerem, certamente estão num lugar de TORMENTOS, e ali aguardarão a plenitude dos tempos para serem lançados no GEENA. É assim que ensina a Palavra de Deus:



"Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos HOMICIDAS, e aos adúlteros, a aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será NO LAGO QUE ARDE COM FOGO E ENXOFRE, que é a segunda morte" (Apocalipse 21.8).



INQUISIÇÃO NUNCA MAIS - Católicos e protestantes hoje vivem em paz. A Igreja Católica não mais classifica os protestantes de "hereges". Hoje, chama-os de "irmãos separados". Exceção feita às escaramuças na Irlanda do Norte, que duram 30 anos, crentes e católicos não se defrontam, não se enfrentam no corpo a corpo. O Vaticano, não se pode negar, empenha-se pela paz entre as nações. A Igreja Católica reconhece seus erros e, humilde, pede perdão à Humanidade. Devemos perdoá-la... mas não podemos apagar a História. A verdade é que as fogueiras do Santo Ofício não mais se acenderão. Nunca mais Inquisição. Graças a Deus.



GLOSSÁRIO

ABJURAR - Renunciar solenemente a uma crença ou religião.Desdizer-se ou retratar-se.



ALBIGENSES - Membros de uma seita religiosa no sul da França, nos séc. XII e XIII. Negavam a realidade da encarnação de Jesus Cristo e condenavam a procriação.



ANTIPAPAS - São considerados os falsos papas. Chefe de igrejas locais, geralmente bispo, que pretendeu, por oposição ao Romano Pontífice, governar toda a Igreja Católica. Hipólito foi o primeiro antipapa de 217 a 235, nascido em Roma, eleito pelo povo.



APÓSTATA - Aquele que renuncia à fé cristã.

AUGSBURGO - Cidade da Alemanha.

AUTOS-DE-FÉ - Cerimônias em que se executavam as sentenças da Inquisição. Passou a chamar-se assim, principalmente, o suplício dos penitentes pelo fogo.



CLÉRIGO - Aquele que pertence à classe eclesiástica. Sacerdote cristão.

CLERO - A corporação dos sacerdotes. Classe eclesiástica.

CONCÍLIO - Reunião de bispos da Igreja Católica, convocados para estudar assuntos de interesse eclesiástico.



CONSTANÇA - Cidade da Romênia.

CONTRA-REFORMA - Movimento restaurador iniciado pela Igreja Católica, com vistas a superar as dificuldades surgidas com a Reforma. O Concílio de Trento (1545 - 1563) concretizou esses esforços.



CRUZADAS - Expedições militares de caráter religioso que se faziam na Idade Média, contra hereges ou infiéis.



EXCOMUNGAR - Separar da Igreja Católica qualquer dos seus membros. Expulsar, tornar maldito, condenar.



GUETO - Rua ou bairro onde são isoladas pessoas ou grupos por imposição econômica, racial ou religiosa.



HEREGE - Pessoa que professa doutrina contrária ao que foi definida pela Igreja como sendo matéria de fé. Eram chamados os que se opunham às doutrinas da Igreja Romana.



HUGUENOTE - Designação depreciativa que os católicos franceses deram aos protestantes, especialmente os calvinistas, e que estes adotaram.



ICONOCLASTA - Indivíduo que não reverencia imagens ou obras de arte. Que as destrói.



ICONÓLATRA - Diz-se do indivíduo que adora ou venera imagens, ídolos ou obras de arte.



IGNOMÍNIA - Grande desonra. Infâmia.

IMPETÉRRITO - Destemido, impávido, sem temor.

INCESTO - União sexual ilícita entre parentes consangüíneos, afins ou adotivos.



INDULGÊNCIA - Graça concedida pela Igreja Católica aos seus membros, perdoando total ou parcialmente a pena devida a um pecado. Perdão de pecados. A venda de indulgências pelo Papado foi a principal causa da Reforma.



INQUISIÇÃO - Nome dado a um tribunal eclesiástico criado oficialmente em 1229, no Concílio de Toulouse, também chamado Tribunal do Santo Ofício, com poderes para julgar, condenar à morte ou prender pessoas suspeitas de não professarem a fé católica.

INQUISIDOR - Juiz do Tribunal da Inquisição.

LUBRICIDADE - Qualidade de lúbrico: lascivo, sensual, devasso.

MANIQUEU - Adepto ou membro do maniqueísmo, seita que teve simpatizantes na Índia, China, África, Itália e sul da Espanha, segundo a qual o Universo foi criado e é dominado por dois princípios antagônicos e irredutíveis: Deus ou o bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo.



MÁRTIR - Pessoa que sofreu tormentos, torturas, perseguições ou a morte por sustentar a fé cristã.



MONGE - Religioso que vive em mosteiros e está sujeito a uma regra comum.



NOITE DE SÃO BARTOLOMEU - Designação dada à matança de huguenotes que se iniciou em Paris na noite de S. Bartolomeu (em 24 de agosto de 1572) e se estendeu por toda a França, e até 3 de outubro daquele ano o número de mortos elevou-se a 50.000.



PAPA - Título dado ao chefe da Igreja Católica Apostólica Romana. Também chamado Sumo Pontífice Romano.



PROCESSO SUMÁRIO - Objetivo, resumido, sem formalidades, rápido, sem apelação para a instância superior, sem direito a defesa.



PROTESTANTES - Nome dado aos partidários do protestantismo que, no séc. XVI, compreendia uma crença contrária à fé católica e à autoridade suprema do papa.



REFORMA - Movimento religioso e político que, no princípio do séc. XVI, quebrou a unidade católica, dividindo a Igreja em dois campos: o católico e o protestante.



SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Conflito iniciado no dia 1º de setembro de 1939 e terminado em 2 de setembro de 1945. Iniciou-se com

a invasão da polônia pelos alemães. A Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha poucos dias depois. A maioria dos países do mundo participou dessa guerra, inclusive o Brasil. O conflito terminou com a derrota dos alemães.



SIMONIA - Tráfico de coisas sagradas ou espirituais, tais como sacramentos, dignidades, benefícios espirituais.



SODOMIA - Relação sexual anal entre homem e mulher, ou entre homossexuais masculinos.

SÚDITOS - Aqueles que estão submetidos à vontade e outra pessoa. Vassalos.



TE DEUM - Expressão de origem latina que significa "A ti Deus". Cântico da Igreja Católica em ação de graças, que principia por essas palavras.



TOULOUSE - Cidade do sudoeste da França.

VALDENSES - Nome pelo qual são conhecidos os membros de um grupo protestante fundado na região francesa de Vaud (hoje cantão da Suíça), no séc. XII.



REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS

ALEXANDRE IV - Papa de 1254 a 1261. Autorizou a instalação do Tribunal Inquisitório em França.

BONIFÁCIO VIII - Papa de 1294 a 1303. Sobre ele diz a The Catholic Encyclopedia: "Dificilmente qualquer possível crime foi omitido - infidelidade, heresia, simonia, grosseira e inatural imoralidade, idolatria, mágica, perda da Terra Santa, morte de Celestino V, etc. Historiadores protestantes e até mesmo modernos escritores católicos classificam-no entre os papas iníquos, como ambicioso, arrogante e impiedoso, enganador e traiçoeiro. O poeta Dante visitou Roma e descreveu o Vaticano como um "esgoto de corrupção". Uma das frases desse Papa: "Gozar e deitar-me carnalmente com mulheres ou com meninos não é mais pecado do que esfregar as mãos".

GALILEU GALILEI - (1564 - 1642) - Italiano nascido em Pisa. Introduziu o método experimental como o mais importante dos métodos das ciências naturais. Fez numerosas descobertas e invenções, a exemplo da luneta (mais tarde telescópio) com que desvendou alguns mistérios dos astros. Defendeu a tese de que a Terra e os demais planetas se moviam em torno do Sol, sendo este o centro do Sistema. A Igreja Católica prestou um desserviço à Ciência ao julgar, condenar e prender um dos mais fecundos investigadores da época.

GREGÓRIO XIII - Papa no período de 1572 a 1585. Aprovou a Cruzada contra os huguenotes, cujo desfecho se deu a 24 de agosto de 1572, "Noite de S. Bartolomeu". Como troféu, recebeu a cabeça de Gaspar de Coligny.

INOCÊNCIO III - Papa no período de 1198 a 1216. Autorizou a Cruzada contra os albigenses, sul da França, em 1208.

JERÔNIMO DE PRAGA - Religioso tcheco, discípulo do reformador João Huss; acusado de ataques às autoridades eclesiásticas, foi condenado à fogueira pelo Concílio de Constança em 1416. Nasceu em 1360.

JOANA D´ARC - (1412 - 1431) - Heroína francesa também chamada a "Virgem de Orleans". À frente de um pequeno exército que lhe confiara o Rei Carlos VII, venceu aos ingleses em Orleans e Patay (1429). Considerada herética, foi condenada à fogueira em 1431 e canonizada em 1920.

JOHN HUSS - Nascido em 1369 e queimado vivo na fogueira em 1415. Teólogo e reformador religioso tcheco, natural de Husinec, Boêmia. Acusado de heresia e condenado à morte por não abjurar suas idéias.

JOHN WYCLIFFE - Nasceu em 1320 e faleceu em 1384. Teólogo inglês, precursor da Reforma, natural e Hipswell. Pregava uma Igreja sem a direção papal, era adversário das indulgências e combatia o excesso de bens materiais dos clérigos. Suas doutrinas foram condenadas no concílio de Constança.

JOSÉ JEOVAH MENDES - Nasceu em Itapiúna (Ce), a 24 de maio de 1955. Na década de 60 ingressou na Escola Apostólica de Baturité - Ce, dos padres jesuítas, para dar curso à sua vocação sacerdotal. Alguns anos depois desligou-se dessa Ordem e ingressou no Convento dos Franciscanos, em Canindé (Ce), onde permaneceu até 1976. Autor do livro "OS PIORES ASSASSINOS E HEREGES DA HISTÓRIA", onde faz duríssimas críticas à Igreja Católica Apostólica Romana.

LEÃO X - Papa no período de 1513 a 1521. Nasceu em Florença (Itália). Excomungou formalmente a Lutero em 1521. Seu nome civil: Giovanni de Médicis. Seus recursos financeiros garantiram rápida ascensão na Igreja: aos oito anos de idade já era arcebispo, e aos treze foi cardeal. A The Catholic Encyclopedia relata que Leão X "entregou-se sem restrições aos divertimentos... possuído por um amor insaciável ao prazer... gostava de dar banquetes e divertimentos caros, acompanhados por orgia e bebedeira".

MARTINHO LUTERO - Nascido em 1483, natural de Eisleben, Saxônia, fundador da doutrina protestante, em oposição ao catolicismo. Doutorou-se em Teologia pela Universidade de Wittenberg. Em 1517 submeteu suas teses a debate. Em 1520 foi excomungado como herege pelo Papa Leão X. faleceu em 1546.

TOMÁS DE TORQUEMADA - (1420 - 1498) - Sacerdote espanhol da Ordem dos Dominicanos, inquisidor-geral da Espanha por muitos anos, responsável pela morte de 10.200 cristãos não católicos na fogueira, afora cerca de cem mil pessoas encarceradas ou expulsas do país.



BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA - Bíblia de estudo pentecostal. Revista e corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil.

CAIRNS, Earle E. O cristianismo através dos séculos.

ENCICLOPÉDIA BARSA. Enciclopaedia Britannica Ltda. 15 volumes, edição 1977.

MENDES, Jeovah. Os piores assassinos e hereges da história. 1997.

VIDAS ILUSTRES. Coleção - Volumes VI (os cientistas) e IX (líderes religiosos).

WHITE, Ellen G. O grande conflito. Edição condensada; Tradução de Hélio L. Grellmann; 1992.

WOODROW, Ralph. Babilônia: a religião dos mistérios.



Pr. Airton Evangelista da Costa

E-Mail: aicosta@secrel.com.br

www.palavradaverdade.com
kitiii
2006-08-28 13:56:09 UTC
PRA MIM, as pessoas tem q saber diferenciar a Religião católica, das pessoas q abusaram do poder concedido a eles através dela.

A religião católica é muito linda e a inquisição , cruzadas e qualquer outra coisa q tenha sido feita usando o nome da igreja, foi feita por homens q abusaram do poder, e é ideal q saibamos diferenciar isto.



Para ser católico de verdade é necessario saber diferenciar essa coisas.
rubsgouvea
2006-09-03 10:40:47 UTC
Tudo isso já passou, agora é celular e internet. já imaginou você tentar entender o nosso mundo daqui há 2000 anos só com base nos arquivos da receita? A bíblia nunca foi entendida porque ela é usada para um fim e foi feita para outro. os bonzinhos que estão ali, são os nossos sonegadores que gastam fortunas com remédios, médicos e ainda tem uma família enorme, cheia de filhos menores, os quais, por acaso reduzem o imposto de renda. Para se crer em Deus e ter fé não precisa nada disso.
Frei Bento
2006-08-28 13:54:07 UTC
vc pode pesquisar tudo isso no site:

www.montfor.org.br

pq iss é assunto para teses e livros e apesar de respostas equivocadas q vc receberá, estes assuntos polemicos devem ser tratados com muito bom senso e sobretudo, contextualizados.
andarilho errante
2006-08-28 13:49:25 UTC
Todas as religiões tem um período de paixão. Os judeus passaram por isso 2000 anos antes de Cristo. A igreja católica teve a sua paixão na idade media. Hoje São os muçulmanos. A historia se repete.
Roger
2006-09-05 02:57:08 UTC
A religião foi criada pelo homem, e o que o homem mais deseja é poder, então alguém no passado viu que era possível dominar as outras pessoas enfiando na cabeça delas um monte de medos e absurdos. A Igreja atrasou o desenvolvimento humano em séculos, Mandou matar um monte de gente inocente com desculpas absurdas e tenta dominar os povos até hoje. Que garante que a bíblia não foi alterada para dizer apenas o que eles querem??? Tudo o que está escrito foi escrito por um homem e não por um Deus. Então para mim pode até ser que um dia a bíblia foi confiável, mas hoje é apenas um meio de fazer as pessoas ficarem com medo de Deus e correrem para as igrejas rezar e o principal, dar dinheiro pro padre, pastor etc...( um bando de safados) Deus está dentro de nós, não precisamos ir a uma igreja para procurar ele ou falar com ele. ?Acredito tanto nisso que se um dia eu chegar no céu e ouvir aquelas musicas de igrejas, vou pedir para ir pro inferno.
Iceman
2006-09-03 06:48:22 UTC
Sua pergunta exige uma resposta muito grande, vou tentar resumir. Mas recomendo o livro O Conflito dos Séculos.



A inquisição.



Em uma época em que o poder religioso confundia-se com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de abril de 1233 editou duas bulas que marcam o início da Inquisição, instituição da Igreja Católica Romana que perseguiu, torturou e matou vários de seus inimigos, ou quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de hereges, por vários séculos. A bula "Licet ad capiendos", a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos, inquisidores, e era do seguinte teor: "Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privar-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis"



No mesmo ano, foi nomeado inquisidor da região de "Loira", Roberto el Bougre, que com saques e execuções em massa, logo após dois anos foi promovido a responsável pela inquisição em toda a França. Em 1252, o Papa Inocêncio IV editou a bula "Ad extirpanda", a qual instucionalizou o Tribunal da Inquisição e autorizava o uso da tortura. O poder secular era obrigado a contribuir com a atividade do tribunal da igreja.



Nos processos da inquisição a denúncia era prova de culpabilidade, cabendo ao acusado a prova de sua inocência. O acusado era mantido incomunicável; ninguém, a não ser os agentes da Inquisição, tinha permissão de falar com ele; nenhum parente podia visitá-lo. Geralmente ficava acorrentado. O acusado era o responsável pelo custeio de sua prisão. O julgamento era secreto e particular, e o acusado tinha de jurar nunca revelar qualquer fato a respeito dele no caso de ser solto. Nenhuma testemunha era apresentada contra ele, nenhuma lhe era nomeada; os inquisidores afirmavam que tal procedimento era necessário para proteger seus informantes. A tortura só era aplicada depois que uma maioria do tribunal a votava sob pretexto de que o crime tornara-se provável, embora não certo, pelas provas. Muitas vezes a tortura era decretada e adiada na esperança de que o medo levasse à confissão. A confissão podia dar direito a uma penalidade mais leve e se fosse condenado à morte apesar de confesso, o sentenciado podia "beneficiar-se" com a absolvição de um padre para salvá-lo do inferno. A tortura também podia ser aplicada para que o acusado indicasse nomes de companheiros de heresia. As testemunhas que se contradiziam podiam ser torturadas para descobrir qual delas estava dizendo a verdade. Não havia limites de idade para a tortura, meninas de 13 anos e mulheres de 80 anos eram sujeitas à tortura. As penas impostas pela inquisição iam desde simples censuras (leves ou humilhantes), passando pela reclusão carcerária (temporária ou perpétua) e trabalhos forçados nas galeras, até a excomunhão do preso para que fosse entregue às autoridades seculares e levado à fogueira. Castigos esses normalmente acompanhados de flagelação do condenado e confiscação de seus bens em favor da igreja. Podia haver privação de herança até da terceira geração de descendentes do condenado. Obrigação de participar de cruzadas tembém foi pena durante o século XIII. Na prisão perpétua, considerada um gesto de misericórdia, o condenado sobrevivia a pão e água e ficava incomunicável. Nem o processo nem a pena suspendiam-se com a morte, pois a inquisição mandava "queimar os restos mortais do hereje e levar as cinzas ao vento", confiscando as propriedades dos herdeiros. Havia também, muito comum na inquisição portuquesa e na espanhola, a execução em efígie, onde era queimada a imagem do condenado, quando este fugia e não era encontrado. Livros também eram levados à fogueira.



As Cruzadas



De 637 até meados do século XI, a Palestina, foi governada pelos muçulmanos, chamados sarracenos ou árabes. Eram permitidas as peregrinações dos cristãos a Jerusalém e aos lugares sagrados. Repentinamente, em 1071, a região foi dominada pelos ferozes turcos seljucidas, que massacraram e escravizaram peregrinos.



Em 1095 o Papa instituiu as Cruzadas e, incitados por Pedro, o Eremita, milhares de camponeses seguiram para a Terra Santa. A maioria foi morta ou transviou-se no caminho.



Contudo, outro exército de 300 mil soldados, sob o comando de príncipes franceses dirigidos por Godofredo de Bulhão, e denominados cruzados porque usavam a insígnia da Cruz, tomaram Jerusalém e criaram ali um reino cristão.



Em seguida, os muçulmanos reconquistaram parte da região e, depois de falhar uma outra Cruzada, que tentara capturar Damasco, Saladino, o sultão do Egito, expulsou os cristãos de Jerusalém (1187).



Nova expedição, chefiada pelo imperador da Alemanha e depois por Filipe, rei da França, e Ricardo, Coração de Leão, tomou Acre, mas são conseguiu atingir Jerusalém. Ricardo naufragou e foi aprisionado na Áustria.



Houve muitas outras Cruzadas, inclusive a das Crianças, no decurso da qual 50 mil meninos morreram ou foram vendidos como escravos antes de chegarem a Jerusalém. Embora não tivessem sido bem sucedidas, as Cruzadas incrementaram o comércio e introduziram novas idéias na Europa, pois os sarracenos eram profundos conhecedores de Matemática, Medicina e Astronomia.



Bem, como se pode ver os Papas católicos antigos foram responsáveis por muitas guerras e pelo exterminio de muita gente.

Claro que isso teve um início, os cristãos antigos, como muitos sabem eram sacrificados pelos romanos, adoradores de vários deuses, nas arenas. Os romanos atiravam os cristãos aos leões.

Isso foi antes de haver o catolicismo.

Como os romanos não conseguiam acabar com os cristãos, que pelo contrário, se multiplicavam, reuniam-se nas catacumbas nos subterrâneos de Roma, tramavam contra o Império e porque figuras importantes estavam se convertendo ao cristianismoos romanos tiveram a grande sacada, se não podemos vence-los vamos nos unir a eles.

Por isso a igreja se chama Católica Apostólica ROMANA

Eles criaram essa hierarquia que existe até hoje se dividiram em várias classes e procuraram impor sua religião a outros povos, por isso aconteceram as guerras financiadas pela igreja.



Bem, depois que a igreja se organizou começara a acontecer dissidências, sendo o maior dissidente Martinho Lutero.



O surgimento dos luteranos está ligado aos inícios da Reforma. A idéia central da Reforma é a convicção de que o ser humano não pode nem tem necessidade de salvar-se por si mesmo. Antes, a salvação é dada em Cristo "unicamente pela graça" e aceita "somente pela fé". Aparentemente simples, esse pensamento, biblicamente fundamentado, originou uma nova compreensão da Igreja, do sacerdócio, dos sacramentos, da espiritualidade, da devoção, da conduta moral (ética), do mundo, incluindo aí a economia, a educação e a política. Há um nome indissoluvelmente ligado a essas idéias: Martinho Lutero!



Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483 em Eisleben, Alemanha. Preocupado com a salvação, o jovem Martinho Lutero decidiu tornar-se monge. Durante seu estudo, sempre o acompanhava a pergunta: "Como posso conseguir o amor e o perdão de Deus?"

Lutero foi descobrindo ao longo dos seus estudos que para ganhar o perdão de Deus ninguém precisava castigar-se ou fazer boas obras, mas somente ter fé em Deus. Com isso, ele não estava inventando uma doutrina, mas retomando pensamentos bíblicos importantes que estavam à margem da vida da igreja naquele momento.



Lutero decidiu tornar públicas essas idéias e elaborou 95 teses, reunindo o mais importante de sua (re)descoberta teológica, e fixou-as na porta da igreja do castelo de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517. Ele pretendia abrir um debate para uma avaliação interna da Igreja, pois acreditava que a Igreja precisava ser renovada a partir do Evangelho de Jesus Cristo.



Em pouco tempo toda a Alemanha tomou conhecimento do conteúdo dessas teses e elas espalharam-se também pelo resto da Europa. Embora tivesse sido pressionado de muitas formas - excomungado e cassado - para abandonar suas idéias e os seus escritos, Lutero manteve suas convicções.

Com isso passaram a haver duas religiões, a católica e a luterana, que depois dividiu-se mais ainda até chegar nos vários tipos de igrejas protestantes que existem hoje.



Sobre a Bíblia não estar em ordem, acredito que realmente existem algumas contradições, até porque é um documento que foi transcrito e traduzido várias vezes. Não vou citar as contradições para não criar polêmicas.

Mas se você pensar em quem foi Cristo e sua personalidade e comparar com algumas coisas da Bíblia você vai achar que não "bate".

Está resumido demais, mas

espero ter ajudado.
barba ruiva
2006-09-02 19:13:29 UTC
Acho que se o Lobo solitario estivesse um pouco mais a par da historia da igreja catolica, saberia que nao precisa ser evangelico, espirita ou ateu, para concluir que ela tem grande culpa em muitos terem sido mortos pelas cruzadas, e tbm pela eles terem mantido afastado do povo a biblia por muito tempo, achando que somente os altos cargos da igreja poderem ter acesso a ela.
Pax Domine
2006-08-28 14:37:51 UTC
Sim, a inquisição foi uma coisa terrível, assim como as cruzadas, mas temos que entender que a Santa Igreja Católica é formada por homens e homens pecam, erram, enfim....mas mesmo assim ela não deixa de ser o fundamento da verdade, Corpo místico de Cristo.

Pax Domini
parks
2006-08-28 13:51:02 UTC
a igreja queimou muita gente inocente, manipulou a informação e idéias das pessoas, acho que é a pior igreja que existe, consulte seu professor de história, ele vai confirmar... ha, sem citar os abusos cometidos pela OpusDay, que existe até hoje e recruta crianças nos colégios tradicionais só para meninos de são paulo
luzecor2005
2006-09-04 17:53:57 UTC
Poxa amiga gostaria muito de ajudar, mas confesso mha incopentencia no assunto. Mas tenho certeza q vc terá respostas q vai ajudar. Boa sorte.
mogliaugusto
2006-09-04 11:51:27 UTC
Inquisição - crime contra a humanidade e contra a liberdade de religião e idéias. Muitos dos "hereges" queimados simplesmente porque eram judeus ou muçulmanos. Alguns eram queimados porque, quando tinham um desafeto com alguém poderoso era acusado de bruxaria sendo preso, torturado e algumas vezes queimado. Existe uma cidade alemã onde todas as mulheres foram acusadas pela Inquisição e foram queimadas.

Os 4 evangelhos foram escolhidos pela igreja católica por serem os menos comprometedores a idéia corrente na época de que Jesus era uno com Deus. Tudo deveria corroborar a idéia da Santíssima Trindade (o Pai, o Filho e o Espírito Santo). Giordano Bruno foi queimado por discordar disto e de outros dogmas da igreja, tais como a virgindade de Maria. Houve um consenso entre os representantes da Igreja, 600 anos após a sua fundação de que Maria era virgem e isto deveria ser tratado como dogma. Josefus foi o judeu que compilou a biblia de acordo com o seu conhecimento. Estão ordenados "fatos" desde a criação do mundo há 5765 anos, libertação dos cativeiros na babilonia e no Egito, até a diaspora. Note-se que entre o velho e o novo testamento há mudança de forma de se ver e interagir com Deus. No primeiro caso, os judeus necessitavam de um Deus guerreiro e forte, inflexível. Após o advento de Jesus este mesmo Deus passou a ser visto como complacente e amoroso. É isto aí.
Josie M
2006-08-28 14:51:01 UTC
Nao tenho religiao definida exatamente pelo fato de nao estar de acordo com varias coisas da igreja catolica,igreja evangelica e muitas outras creencas.Fiz a opcao simples de seguir a Deus e a meu coracao.Nao gosto dos religiosos que usam a palavra de Deus para manipular e achar que sao os unicos no mundo certos.Portanto nao to de acordo com nenhuma religiao atual nem tao pouco antiga.
Leticia
2006-08-28 14:16:09 UTC
Ser católico pra maioria das pessoas é uma imposição social, já que é a religião oficial do país, os pais eram e assim educaram seus filhos... a história no colégio é baseada na igreja católica.



Algum católico que se interesse, irá com certeza procurar saber mais da história da Igreja. Mas isso não é o mais importante. E sim a fé que ela promove, as crenças e tudo mais.



Eu acho que a Igreja erra muito! Porque a Igreja é feita pelos homens... E errar é humano. Não só a católica, mas todas. A católica só está em maior evidência... por ser mais antiga. Por ter centralizado o "poder" na mão de um representente.



A inquisição foi uma barbaridade. As cruzadas, sem propósito religioso verdadeiro, só político! Dá pra comparar com o que estes terroristas de hoje em dia fazem...



Quanto aos evangelhos que ainda não fazem parte da bíblia, deve ter algum motivo. Podem não ser verídicos e coisa assim. Se a Igreja for incluindo tudo que é livro que aparece por aí como inspiração divina na bíblia ela não terá mais fim! Pensa bem?!



No credo, quando se diz "na Santa Igreja Católica" (O correto seria "na Santa religião Católica" )não é exatamente nela que se crê, nos homens que a dirigem, mas é nas "diretrizes" dela...



Creem na trindade santíssima, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Na comunhão (eucaristia) como um ato vivo, e não só uma representação. Na confissão como um exercício de humildade... Na interceção dos santos pela admiração deles conseguirem seguir os passos de Jesus. Enfim!



É uma religião muito bonita! A Igreja já errou muito, ainda erra! Mas a religião é belíssima.
nando
2006-08-28 14:04:48 UTC
A historia que cerca a igreja catolica,e extremamente vasta,e rica,nao seria possivel nem que eu quisesse,

mostrar-lhe neste espaco,

para estudar sobre religiao,acima de tudo ,voce tem que estar isento de opiniao,para que voce nao exerca qualquer julgamento sobre seu conteudo historico,e nao se limite a entender todos os seus ciclos,o cristianismo deriva de cristo ,portanto esta ha muito tempo entre nos,fez parte da historia medieval,faz parte da historia presente,leia com atencao sobre seus aspectos,influencias,doutrinas,

observe comentarios de historiadores nao teologos,comente sua opniao nos espacos apropriados,e entao forme seu conhecimento causado sobre dados concretos,

e passe para frente com a opiniao de quem conhece profundamente o assunto em questao.assim voce nao parecera preconceituoso ,e tera como debater inteligentemente sobre religiao.
anonymous
2006-09-05 13:25:44 UTC
O cristianismo primitivo era muito bonito. Era a essência da Doutrina Cristã.

Constantino baniu dos evangelhos alguns conceitos, como a reencarnação, para moldar "sua igreja" conforme suas conveniências.

Tudo isso vai por água a baixo daqui uns tempos, inclusive as igrejas evangélicas (marketeiras, pastores experts em programação neurolinguistica).

Cadê o juízo final no ano 2000? De 2000 não passará...

Vamos resgatar o cristianismo primitivo: amor, caridade.
?
2006-09-05 13:18:19 UTC
As Cruzadas: uma 'trágica ilusão'



UNS novecentos anos atrás, em 1096, estava para começar a Primeira Cruzada. Se você tivesse vivido na Europa Ocidental naqueles dias, talvez teria presenciado grandes mobilizações de homens, carroças, cavalos e navios. Seu destino era Jerusalém, a cidade santa, sob controle muçulmano desde o sétimo século EC.



Essa foi a primeira das Cruzadas. Muitos historiadores alistam oito principais. Essas expedições mancharam a história das relações Leste-Oeste. Vinham acompanhadas de massacres e crueldades praticadas em nome de Deus e de Cristo. A última grande Cruzada começou 174 anos mais tarde, em 1270.



A palavra "cruzada" vem do latim crux, que significa "cruz". Os membros das muitas expedições costuravam o símbolo da cruz em suas túnicas.



As causas



O motivo declarado das Cruzadas era resgatar Jerusalém e o "santo sepulcro" das mãos dos muçulmanos. Mas havia causas mais profundas. Salvo uns poucos incidentes, as relações entre os cristãos professos que viviam no Oriente Médio e os muçulmanos eram relativamente calmas. Um fator importante que levou às Cruzadas foi o turbulento clima político, econômico e religioso que prevalecia na Europa.



No século 11, novas terras rurais estavam sendo destinadas à agricultura, para aumentar a produção de alimentos. As áreas urbanas se revitalizavam. A população crescia. Contudo, quando uma fome empobrecia grandes números de camponeses, muitos deles afluíam às cidades, onde os esperava o desemprego e a miséria. Surgiam muitos protestos.



No topo da hierarquia social havia numerosos barões feudais. Esses senhores da guerra profissionais queriam aproveitar-se do vácuo político criado pela derrocada do império de Carlos Magno e conquistar novos estados.



A Igreja romana também atravessava um período turbulento. Em 1054 ela perdera o controle da Igreja Oriental. E muitos clérigos eram acusados de imoralidade e envolvimento político.



O apelo em Clermont



Nesse clima, o Papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada. Segundo ele, a ação militar para reconquistar Jerusalém e a Palestina serviria a vários objetivos. Consolidaria a união da cristandade ocidental e reafirmaria a primazia da Igreja romana. Desafogaria os eternos conflitos entre as elites. Em troca de benefícios religiosos e, acima de tudo, econômicos, elas colocariam a sua experiência militar a serviço de uma causa "nobre", tornando-se o braço armado da Igreja.



Em 27 de novembro de 1095, num concílio em Clermont, na França, Urbano fez o seu apelo. A Igreja pintou um quadro funesto de seus inimigos, apresentando-os como merecedores de castigo divino. Foucher de Chartres, sacerdote que participou na Primeira Cruzada, disse que a guerra era necessária para proteger os "cristãos" orientais contra os muçulmanos. Prometeu-se imediato perdão de pecados para quem morresse na viagem ou em combate. Assim, os senhores feudais poderiam transformar suas disputas fratricidas em guerra "santa" contra os "infiéis". Naquele concílio ressoou um grito que virou lema da Primeira Cruzada: "Deus o quer!"



As duas partidas



Marcada a data da partida, 15 de agosto de 1096, o papa cercou-se do apoio dos lordes leigos, a quem foram confiadas as operações militares. A Igreja garantiria a proteção dos bens deles, enquanto durasse o empreendimento. Aos menos ricos pedia-se que financiassem a missão com doações.



Mas, alguns partiram antes da data marcada. Era uma multidão destreinada e indisciplinada, que incluía mulheres e crianças. Foram chamados de pauperes Christi (Os pobres de Cristo). Seu destino: Jerusalém. Eram liderados por agitadores de ralé, talvez o mais famoso deles sendo Pedro, o Eremita, um monge que havia começado a pregar às massas em fins de 1095.



Segundo o cronista medieval Alberto de Aix, Pedro havia viajado anteriormente a Jerusalém. Certa noite, ele teria tido uma visão na qual Cristo exortou-o a procurar o patriarca de Jerusalém, que lhe daria uma carta de credenciais para levar de volta ao Ocidente. Alberto disse que o sonho se realizou e que, tendo recebido a carta, Pedro foi a Roma, onde avistou-se com o papa. A história de Alberto mistura realidades com fantasias, mas, os alegados sonhos, visões e cartas eram instrumentos poderosos na condução das massas.



O bando reunido por Pedro, o Eremita, partiu de Colônia em 20 de abril de 1096. Sem recursos necessários para uma viagem marítima, os pauperes tiveram de fazer a longa viagem até a Terra Santa a pé ou em carroças malconservadas. Visto que em pouco tempo ficaram sem comida e sem armas, eles passaram a saquear as populações ao longo do percurso, surpreendidas pela chegada dessa massa indisciplinada de "soldados de Cristo".



Os primeiros com quem entraram em conflito foram judeus europeus, acusados de emprestar dinheiro para bispos corruptos. Os seguidores de Pedro, o Eremita, cometeram atrocidades contra os judeus, em lugares como Rouen e em Colônia, a cidade de partida. Segundo Alberto de Aix, quando os judeus em Mainz "viram que os cristãos não poupavam nem mesmo as crianças e que não tinham piedade de ninguém, passaram a atacar os seus próprios irmãos, esposas, mães e irmãs, matando uns aos outros. O mais confrangedor é que as próprias mães cortavam o pescoço de seus filhinhos, ou os esfaqueavam, preferindo que morressem às suas próprias mãos a serem mortos pelas armas de incircuncisos".



Episódios similares aconteceram a caminho dos Bálcãs, rumo à Ásia Menor. Quando a turba chegou a Constantinopla, o Imperador Alexius I, para evitar a repetição de tais distúrbios, facilitou a passagem dos pauperes para o litoral asiático. Ali, muitas mulheres e crianças, bem como doentes e idosos, foram mortos pelas forças muçulmanas. Uns poucos sobreviventes conseguiram voltar a Constantinopla.



No ínterim, no verão de 1096, partiam exércitos treinados. Eram chefiados por líderes famosos da época. A partida desorganizada dos pauperes causara preocupações ao Papa Urbano, que tomou medidas para disciplinar o fluxo para o Oriente. Os que partissem dali em diante teriam de provar ter meios de subsistência suficientes. O objetivo era limitar a participação de mulheres, crianças, idosos e pobres.



Conquistas e outros massacres



Depois de se agruparem em Constantinopla, as tropas, os barões e os pauperes sobreviventes partiram rumo ao seu destino. Repetiram-se os atos de violência em nome de Deus. O cronista Pedro Tudebodus conta que, durante o cerco a Antioquia, depois de massacrar seus inimigos, os cruzados "jogaram todos os corpos numa vala coletiva e levaram as cabeças decepadas ao seu acampamento para contá-las, exceto quatro cavalos carregados de tais cabeças, despachados ao litoral, para os embaixadores do emir de Babilônia".



Em 15 de julho de 1099, Jerusalém caiu diante dos cruzados. Raimundo de Aguilers relata: "Era um espetáculo horrível. Alguns [dos inimigos], os afortunados, haviam sido decapitados; outros caíram das muralhas com os corpos furados de flechas; muitos outros queimaram nas chamas. Nas ruas e praças da cidade viam-se pilhas de cabeças, mãos e pés decepados." Mas, os cruzados mais uma vez tentavam justificar a violência, em nome da religião.



Fim de uma ilusão



Essa vitória deu origem ao Estado Latino de Jerusalém. Esse reino, porém, teve uma existência precária, devido à rivalidade que logo surgiu entre os senhores feudais que se haviam estabelecido no Oriente. No ínterim, os muçulmanos se reorganizaram militarmente. Certamente não desejavam perder território na Palestina.



Com o tempo, outras Cruzadas foram organizadas, a última em 1270. Contudo, por causa de derrotas, muitos começaram a duvidar da legitimidade de tais empreendimentos em nome da religião. Se Deus realmente aprovasse essas guerras "santas", pensavam, com certeza teria favorecido os que afirmavam agir sob as Suas bênçãos. Não obstante, a partir do século 13, os juristas da Igreja passaram a tentar justificar tais guerras religiosas e o papel do clero nelas.



O fervor que movia os primeiros cruzados desvaneceu. Acima de tudo, a continuação das guerras acabaria arruinando os interesses econômicos do Ocidente. Assim, as armas voltaram-se contra os inimigos internos da cristandade européia: os árabes na Espanha, os "hereges" e os povos pagãos do Norte.



Em 1291, a cidade de Acre, último reduto dos cruzados, caiu diante dos muçulmanos. Jerusalém e o "Santo Sepulcro" permaneceram em mãos muçulmanas. Durante dois séculos de conflitos, interesses econômicos e políticos haviam dominado as questões religiosas. O historiador italiano Franco Cardini observa: "Nessa época, as Cruzadas haviam progressivamente evoluído numa intrincada operação política e econômica, um complexo jogo de poder envolvendo bispos, abades, reis, coletores de doações, banqueiros. Nesse jogo . . . foi o sepulcro de Jesus que perdeu toda a sua importância." Cardini diz também: "A história das Cruzadas é a história do maior erro, da mais complexa impostura, da mais trágica e, em certos sentidos, da mais ridícula, ilusão de toda a cristandade."





Apócrifos



A palavra grega a·pó·kry·fos é usada no seu sentido original em três textos bíblicos como se referindo a coisas 'cuidadosamente ocultas'. (Mr 4:22; Lu 8:17; Col 2:3) Conforme aplicada a escritos, referia-se originalmente àqueles que não eram lidos em público, portanto, 'ocultos' de outros. Mais tarde, contudo, a palavra assumiu o sentido de espúrio ou não-canônico, e atualmente é usada mais comumente para referir-se aos escritos adicionais declarados pela Igreja Católica Romana, no Concílio de Trento (1546), como fazendo parte do cânon da Bíblia. Os escritores católicos se referem a tais livros como deuterocanônicos, que significa "do segundo (ou posterior) cânon", para diferenciá-los dos protocanônicos.



Esses escritos adicionais são Tobias, Judite, Sabedoria (de Salomão), Eclesiástico (não Eclesiastes), Baruc, 1 e 2 Macabeus, suplementos de Ester, e três adições a Daniel, com nomes diversos, tais como: Cântico dos Três Jovens, Susana e os Anciãos, e A Destruição de Bel e do Dragão. O tempo exato de sua escrita é incerto, mas a evidência indica uma época não anterior ao segundo ou terceiro séculos AEC.



Evidência Contra a Canonicidade. Embora, em alguns casos, apresentem certo valor histórico, qualquer afirmação de canonicidade por parte destes escritos não dispõe de nenhuma base sólida. A evidência aponta para o término do cânon hebraico depois da escrita dos livros de Esdras, Neemias e Malaquias, no quinto século AEC. Os escritos apócrifos jamais foram incluídos no cânon judaico das Escrituras inspiradas, e não fazem parte dele atualmente.



Josefo, historiador judeu do primeiro século, mostra o reconhecimento dado apenas a esses poucos livros (do cânon hebraico) considerados sagrados, dizendo: "Não possuímos miríades de livros incoerentes, que discordam entre si. Nossos livros, os devidamente acreditados, são apenas vinte e dois [equivalentes aos 39 livros das Escrituras Hebraicas segundo a divisão moderna], e contêm o registro de todos os tempos." Daí, ele mostra de forma clara ter consciência da existência de livros apócrifos e de sua exclusão do cânon hebraico, por acrescentar: "Desde o tempo de Artaxerxes até o nosso próprio tempo, a história completa foi escrita, mas não foi considerada digna de crédito igual aos registros anteriores, porque cessou a sucessão exata dos profetas." - Against Apion (Contra Apião), I, 38, 41 (8).



Inclusão na "Septuaginta". Os argumentos a favor da canonicidade dos escritos geralmente giram em torno do fato de que estes escritos apócrifos podem ser encontrados em muitas cópias primitivas da tradução Septuaginta grega das Escrituras Hebraicas, tradução iniciada no Egito por volta de 280 AEC. No entanto, visto que não existem cópias originais da Septuaginta, não se pode afirmar categoricamente que os livros apócrifos foram originalmente incluídos nesta obra. Muitos, talvez a maioria, dos escritos apócrifos foram admitidamente escritos depois do início do trabalho de tradução da Septuaginta, e assim, obviamente, não constavam da original lista de livros escolhidos para a tradução por parte do grupo de tradutores. No máximo, então, só poderiam ser reputados como acréscimos a tal obra.



Adicionalmente, embora os judeus de língua grega de Alexandria com o tempo inserissem tais escritos apócrifos na Septuaginta grega, e, pelo que parece, os considerassem como parte dum cânon ampliado de escritos sagrados, a declaração de Josefo, já citada, mostra que jamais foram incluídos no cânon de Jerusalém, ou Palestino, e, no máximo, eram considerados como apenas escritos secundários, e não de origem divina. Assim, o judaico Concílio de Jâmnia (por volta de 90 EC) excluiu especificamente do cânon hebraico todos esses escritos.



A necessidade de se dar a devida consideração à posição judaica sobre esse assunto é claramente especificada pelo apóstolo Paulo em Romanos 3:1, 2.



Testemunho antigo adicional. Uma das principais evidências externas contra a canonicidade dos Apócrifos é que nenhum dos escritores bíblicos cristãos citou tais livros. Embora isso, por si só, não seja conclusivo, visto que em seus escritos também faltam citações de alguns livros reconhecidos como canônicos, tais como Ester, Eclesiastes e O Cântico de Salomão, todavia, o fato de que nenhum dos escritos dos Apócrifos é citado sequer uma só vez é certamente significativo.



Não deixa de ter seu peso, também, o fato de que os principais peritos bíblicos e "pais da igreja" dos primeiros séculos da Era Comum, no todo, deram aos Apócrifos uma posição inferior. Orígenes, do início do terceiro século EC, em resultado de cuidadosa investigação, fez tal diferenciação entre esses escritos e os do cânon verdadeiro. Atanásio, Cirilo de Jerusalém, Gregório Nazianzeno e Anfíloco, todos do quarto século EC, prepararam catálogos que alistavam os escritos sagrados de acordo com o cânon hebraico, e, ou desconsideraram esses escritos adicionais ou os colocaram numa classe secundária.



Jerônimo, descrito como "o melhor perito hebraico" da igreja primitiva, e que terminou a tradução da Vulgata latina em 405 EC, adotou uma posição definida contra tais livros apócrifos, e foi na realidade o primeiro a usar a palavra "apócrifos" explicitamente no sentido de não-canônicos, como se aplicando a tais escritos. Assim, no seu prólogo aos livros de Samuel e de Reis, Jerônimo alista os livros inspirados das Escrituras Hebraicas em harmonia com o cânon hebraico (em que os 39 livros estão agrupados como 22) e então diz: "De modo que há vinte e dois livros . . . Este prólogo das Escrituras pode servir como enfoque fortificado para todos os livros que traduzimos do hebraico para o latim; de modo que saibamos que tudo o que for além destes precisa ser colocado entre os apócrifos." Ao escrever a uma senhora chamada Laeta, sobre a educação da filha dela, Jerônimo aconselhou-a: "Todos os livros apócrifos devem ser evitados; mas, se ela quiser alguma vez lê-los, não para determinar a verdade das suas doutrinas, mas por respeito pelos seus maravilhosos contos, deve dar-se conta de que não foram realmente escritos por aqueles a quem são atribuídos, que eles contêm muitos elementos falhos, e que requer grande perícia para achar ouro na lama." - Select Letters (Cartas Seletas), CVII.



Conceitos católicos divergentes. A tendência para incluir estes escritos adicionais como canônicos foi primariamente iniciada por Agostinho (354-430 EC), embora até mesmo ele, em obras posteriores, reconhecesse que havia uma distinção definida entre os livros do cânon hebraico e tais "livros alheios". No entanto, a Igreja Católica, seguindo o exemplo de Agostinho, incluiu esses escritos adicionais no cânon dos livros sagrados determinado pelo Concílio de Cartago em 397 EC. Todavia, não foi senão muito mais tarde, em 1546 EC, no Concílio de Trento, que a Igreja Católica Romana confirmou definitivamente sua aceitação dessas adições no seu catálogo dos livros da Bíblia, e esta ação foi julgada necessária porque, mesmo dentro da igreja, a opinião ainda estava dividida quanto a tais escritos. João Wycliffe, o sacerdote e perito católico romano que, com a subseqüente ajuda de Nicolas de Hereford, no século 14, fez a primeira tradução da Bíblia para o inglês, não incluiu os Apócrifos em sua obra, e o prefácio desta tradução declarava que tais escritos "não têm a autoridade de crença". O cardeal dominicano Cajetan, o mais destacado teólogo católico do seu tempo (1469-1534 EC) e chamado por Clemente VII de "lâmpada da Igreja", também discriminou os livros do verdadeiro cânon hebraico das obras apócrifas, apelando para os escritos de Jerônimo como autoridade.



Deve-se observar também que o Concílio de Trento não aceitou todos os escritos anteriormente aprovados pelo precedente Concílio de Cartago, mas deixou de lado três deles: a Oração de Manassés, e 1 e 2 Esdras [não os livros de 1 e 2 Esdras que, em algumas versões católicas, correspondem a Esdras e Neemias]. Assim, estes três escritos, que haviam aparecido por mais de 1.100 anos na aprovada Vulgata latina, foram então excluídos.



Evidência interna. A evidência interna destes escritos apócrifos tem ainda maior peso contra a sua canonicidade do que a externa. Falta-lhes completamente o elemento profético. Seu conteúdo e seus ensinos às vezes contradizem os dos livros canônicos e também são contraditórios entre si. Estão repletos de inexatidões históricas e geográficas, e de anacronismos. Os escritores, em alguns casos, são culpados de desonestidade, ao representarem falsamente suas obras como sendo de anteriores escritores inspirados. Mostram-se sob influência grega pagã, por vezes até recorrendo a uma linguagem extravagante e a um estilo literário inteiramente estranho às Escrituras inspiradas. Dois dos escritores dão a entender que não foram inspirados. (Veja o Prólogo de Eclesiástico, CBC; 2 Macabeus 2:24-32; 15:38-40, So.) Assim, pode-se dizer que a melhor evidência contra a canonicidade dos Apócrifos são os próprios Apócrifos. Segue aqui uma consideração dos livros individuais:



Tobias (Tobit). O relato de um judeu pio da tribo de Naftali, que é deportado para Nínive e que fica cego por lhe ter caído esterco de pássaro em ambos os olhos. Ele manda seu filho, Tobias, à Média para cobrar uma dívida, e Tobias é guiado por um anjo, que se faz passar por homem, a Ecbátana (Ragés). Em caminho, ele obtém o coração, o fígado e o fel dum peixe. Encontra-se com uma viúva, a qual, embora casada sete vezes, continua virgem, visto que cada marido foi morto na noite das núpcias por Asmodeu, o mau espírito. Incentivado pelo anjo, Tobias casa-se com a virgem enviuvada, e por queimar o coração e o fígado do peixe, expulsa o demônio. Retornando para casa, restabelece a visão do pai por usar o fel do peixe.



É provável que a história tenha sido originalmente escrita em aramaico, e calcula-se que ela seja aproximadamente do terceiro século AEC. Obviamente, ela não é inspirada por Deus, por causa da superstição e do erro encontrados na narrativa. Entre as inexatidões encontradas nela está a seguinte: O relato diz que Tobias, na sua juventude, viu a revolta das tribos setentrionais, que ocorreu em 997 AEC, após a morte de Salomão (Tobias 1:4, 5, BJ), também, que ele foi posteriormente deportado para Nínive, junto com a tribo de Naftali, em 740 AEC. (Tobias 1:11-13, CBC, So) Isto significaria que ele viveu por mais de 257 anos. No entanto, Tobias 14:1-3 (CBC) diz que ele tinha 102 anos de idade quando morreu.



Judite. Este é o relato sobre uma bela viúva judia da cidade de "Betúlia". Nabucodonosor envia seu oficial Holofernes numa campanha para o O, para destruir toda a adoração, exceto a do próprio Nabucodonosor. Os judeus em Betúlia são sitiados, mas Judite finge ser traidora da causa judaica e é admitida ao acampamento de Holofernes, onde ela lhe dá um relatório falso sobre as condições da cidade. Num banquete, no qual Holofernes fica embriagado, ela consegue decapitá-lo com a própria espada dele e então retornar a Betúlia com a cabeça dele. Na manhã seguinte, o acampamento inimigo é lançado em confusão, e os judeus ganham uma vitória completa.



Conforme comenta a tradução católica de A Bíblia de Jerusalém na sua Introdução aos livros de Tobias, Judite e Ester: "O livro de Judite, sobretudo, manifesta uma soberba indiferença pela história e pela geografia." Entre as incoerências indicadas nesta introdução encontra-se esta: Declara-se que os eventos ocorreram durante o reinado de Nabucodonosor, que é chamado de rei "que reinou sobre os assírios em Nínive, a grande cidade". (Judite 1:1, 7 [1:5, 10, CBC, So]) A introdução e as notas desta tradução indicam que Nabucodonosor era rei de Babilônia e nunca reinou em Nínive, visto que Nínive havia sido destruída anteriormente pelo pai de Nabucodonosor, Nabopolassar.



Acerca do itinerário do exército de Holofernes, esta Introdução declara que é "um desafio à geografia". O Novo Dicionário da Bíblia (Vol. 1, p. 92) comenta: "A história não passa de franca ficção - doutro modo suas inexatidões seriam incríveis." - Editor organizador J. D. Douglas, 1966, Edições Vida Nova, São Paulo.



Pensa-se que o livro fora escrito na Palestina durante o período grego, perto do fim do segundo século ou do começo do primeiro século AEC. Crê-se que fora originalmente escrito em hebraico.



Adições ao Livro de Ester. Estas constituem seis passagens adicionais. A primeira parte, de 17 versículos, em alguns antigos textos gregos e latinos (mas Est 11:2-12:6 na So) precede ao primeiro capítulo, apresentando um sonho de Mordecai (Mardoqueu) e a sua exposição duma conspiração contra o rei. Depois de 3:13 (mas 13:1-7 na So), a segunda adição apresenta o texto do edito do rei contra os judeus. No fim do capítulo 4 (mas 13:8-14:19 na So) relatam-se orações de Mordecai e de Ester como terceira adição. A quarta ocorre depois de 5:2 (mas 15:1-19 na So) e conta a audiência de Ester com o rei. A quinta ocorre depois de 8:12 (mas 16:1-24 na So) e consiste no edito do rei que permitiu aos judeus defender-se. No fim do livro (mas 10:4-11:1 na So), interpreta-se o sonho apresentado na introdução apócrifa.



A colocação destas adições varia em diversas traduções, algumas colocando todas no fim do livro (como Jerônimo fez na sua tradução) e outras intercalando-as no texto canônico.



Na primeira destas seções apócrifas, Mordecai é apresentado como tendo estado entre os cativos tomados por Nabucodonosor, em 617 AEC, e como homem importante na corte do rei, no segundo ano de Assuero (o gr. diz Artaxerxes) mais de um século depois. Esta declaração, que Mordecai ocupou tal cargo importante tão cedo no reinado do rei contradiz a parte canônica de Ester. Crê-se que as adições apócrifas sejam a obra dum judeu egípcio e que tenham sido escritas durante o segundo século AEC.



Sabedoria (de Salomão). Este é um tratado que exalta os benefícios para os que procuram a sabedoria divina. A sabedoria é personificada como mulher celestial, e a oração de Salomão, pedindo sabedoria, está incluída no texto. A última parte recapitula a história desde Adão até a conquista de Canaã, citando dela exemplos de bênçãos pela sabedoria e de calamidades pela falta dela. Considera-se a tolice da adoração de imagens.



Embora Salomão não seja mencionado especificamente por nome, em certos textos, o livro o apresenta como seu autor. (Sabedoria 9:7, 8, 12) Mas o livro cita passagens de livros bíblicos escritos séculos depois da morte de Salomão (c. 998 AEC) e faz isso da Septuaginta grega, que começou a ser traduzida por volta de 280 AEC. Crê-se que o escritor tenha sido um judeu de Alexandria, no Egito, que escreveu por volta de meados do primeiro século AEC.



O escritor manifesta estribar-se fortemente na filosofia grega. Ele usa terminologia platônica na promoção da doutrina da imortalidade da alma humana. (Sabedoria 2:23; 3:2, 4) Outros conceitos pagãos apresentados são a pré-existência das almas humanas e o conceito de que o corpo é um impedimento ou estorvo para a alma. (8:19, 20; 9:15) A apresentação dos eventos históricos desde Adão até Moisés é floreada com muitos pormenores fantasiosos, freqüentemente em contradição com o registro canônico.



Embora algumas obras de referências se esforcem a mostrar certa correspondência entre passagens desse escrito apócrifo e as posteriores obras das Escrituras Gregas Cristãs, a similaridade freqüentemente é pouca, e, mesmo onde é um pouco maior, não indicaria que os escritores cristãos recorreram a esta obra apócrifa, mas, antes, que recorreram às Escrituras Hebraicas canônicas, que o escritor apócrifo também usou.



Eclesiástico. Este livro, também chamado Sabedoria de Jesus, Filho de Sirac, tem a distinção de ser o mais longo dos livros apócrifos e o único cujo autor é conhecido, Jesus ben-Sirac de Jerusalém. O escritor explica a natureza da sabedoria e sua aplicação para uma vida bem-sucedida. A observância da Lei é fortemente enfatizada. Dá-se conselho sobre muitos campos de conduta social e da vida diária, inclusive comentários sobre modos à mesa, sonhos e viagens. A parte concludente contém um retrospecto sobre importantes personagens de Israel, terminando com o sumo sacerdote Simão II.



Contradizendo a declaração de Paulo em Romanos 5:12-19, que lança a responsabilidade pelo pecado sobre Adão, Eclesiástico diz: "Foi pela mulher que começou o pecado, e é por causa dela que todos morremos." (25:33, CBC) O escritor prefere também "toda malícia, não, porém, a malícia da mulher". - 25:19, CBC.



O livro foi originalmente escrito em hebraico, no começo do segundo século AEC. Citações dele são encontrados no Talmude judaico.



Baruc (Incluindo a Epístola de Jeremias). Faz-se parecer como se os primeiros cinco capítulos tivessem sido escritos pelo amigo e escriba de Jeremias, Baruque (Baruc); o sexto capítulo é apresentado como carta escrita pelo próprio Jeremias. O livro relata as expressões de arrependimento e as orações por alívio por parte dos judeus exilados em Babilônia, exortações para seguir a sabedoria, incentivo para esperar na promessa de libertação e a denúncia da idolatria babilônica.



Baruque é apresentado como estando em Babilônia (Baruc 1:1, 2), ao passo que o registro bíblico mostra que ele foi para o Egito, assim como Jeremias, e não há nenhuma evidência de que Baruque estivesse alguma vez em Babilônia. (Je 43:5-7) Contrário à profecia de Jeremias, de que a desolação de Judá durante o exílio babilônico duraria 70 anos (Je 25:11, 12; 29:10), Baruc 6:2 diz aos judeus que ficariam em Babilônia por sete gerações e então seriam libertos.



Jerônimo, no seu prefácio ao livro de Jeremias, declara: "Não achei valer a pena traduzir o livro de Baruque." A introdução ao livro em The Jerusalem Bible (A Bíblia de Jerusalém; ed. 1966, p. 1128), sugere que partes da composição talvez tenham sido escritas só no segundo ou no primeiro século AEC; portanto, por outro autor (ou autores), e não Baruque. A língua original provavelmente foi a hebraica.



Cântico dos Três Jovens. Esta adição a Daniel segue a Daniel 3:23. Consiste em 67 versículos que apresentam uma oração supostamente proferida por Azarias dentro da fornalha ardente, seguida por um relato sobre um anjo que apagou as chamas, e finalmente um cântico entoado pelos três hebreus dentro da fornalha. O cântico é bastante similar ao Salmo 148. Suas referências ao templo, a sacerdotes e querubins, porém, não se enquadram no tempo a que se alega que se aplica. Talvez tenha sido originalmente escrito em hebraico, e é considerado como do primeiro século AEC.



Susana e os Anciãos. Este conto relata um incidente na vida da bela esposa de Joaquim, um judeu rico em Babilônia. Enquanto Susana se banhava, chegaram-se a ela dois anciãos judeus, que instaram com ela que cometesse adultério com eles, e, quando ela recusou, forjaram uma falsa acusação contra ela. No julgamento, ela foi condenada à morte, mas o jovem Daniel habilmente expôs os dois anciãos, e Susana foi exonerada da acusação. Não há certeza sobre a língua original. Pensa-se que tenha sido escrito durante o primeiro século AEC. Na Septuaginta grega o trecho foi colocado antes do livro canônico de Daniel, e na Vulgata latina foi colocado depois dele. Algumas versões o incluem como capítulo 13 de Daniel.



A Destruição de Bel e do Dragão. Esta é uma terceira adição a Daniel, sendo que algumas versões a colocam como capítulo 14. No relato, o Rei Ciro exige que Daniel adore um ídolo do deus Bel. Por aspergir cinzas no pavimento do templo e assim descobrir pegadas, Daniel prova que o alimento supostamente consumido pelo ídolo na realidade é consumido pelos sacerdotes pagãos e suas famílias. Os sacerdotes são mortos e Daniel destroça o ídolo. O rei requer de Daniel adorar um dragão vivo. Daniel destrói o dragão, mas é lançado na cova dos leões pela população enfurecida. Durante os sete dias do seu confinamento, um anjo pega Habacuque (Habacuc) pelos cabelos e leva tanto a ele como uma tigela de caldo da Judéia a Babilônia, a fim de prover Daniel de alimento. Habacuque é então devolvido à Judéia, Daniel é solto da cova, e seus oponentes são lançados nela e devorados. Considera-se ser esta adição também do primeiro século AEC. Estas adições a Daniel são chamadas em O Novo Dicionário da Bíblia (1966, Vol. 1, p. 93) de "pio exagero lendário".



Primeiro Macabeus. Um relato histórico da luta de independência dos judeus durante o segundo século AEC, desde o começo do reinado de Antíoco Epifânio (175 AEC) até a morte de Simão Macabeu (c. 134 AEC). Trata especialmente das façanhas do sacerdote Matatias e de seus filhos, Judas, Jônatas e Simão, nas suas lutas com os sírios.



Esta é a mais valiosa das obras apócrifas, por causa das informações históricas que fornece sobre este período. Entretanto, conforme comenta The Jewish Encyclopedia (A Enciclopédia Judaica, 1976, Vol. VIII, p. 243), nela "a história é escrita do ponto de vista humano". Igual às outras obras apócrifas, não faz parte do inspirado cânon hebraico. Foi evidentemente escrita em hebraico por volta da última parte do segundo século AEC.



Segundo Macabeus. Embora colocado após Primeiro Macabeus, este relato refere-se a parte do mesmo período (de c. 180 AEC a 160 AEC), mas não foi escrito pelo autor de Primeiro Macabeus. O escritor apresenta o livro como resumo das obras anteriores de certo Jasão de Cirene. Descreve as perseguições sofridas pelos judeus sob Antíoco Epifânio, o saque do templo e sua subseqüente rededicação deste.



O relato apresenta Jeremias, por ocasião da destruição de Jerusalém, como levando o tabernáculo e a arca do pacto a uma caverna no monte do qual Moisés viu a terra de Canaã. (2 Macabeus 2:1-16) Naturalmente, o tabernáculo havia sido substituído pelo templo uns 420 anos antes.



No dogma católico usam-se diversos textos em apoio de doutrinas tais como a punição após a morte (2 Macabeus 6:26), a intercessão de santos (15:12-16), e ser próprio orar pelos mortos (12:41-46, So).



A Bíblia de Jerusalém, na sua Introdução aos livros de Macabeus, diz a respeito de Segundo Macabeus: "O estilo, que é o dos escritores helenísticos, mas não dos melhores, é às vezes empolado." O escritor de Segundo Macabeus não tem pretensões de escrever sob inspiração divina e devota parte do segundo capítulo para justificar sua escolha do método específico usado em tratar a matéria. (2 Macabeus 2:24-32, BJ) Ele conclui sua obra por dizer: "Porei aqui fim à minha narração. Se está bem e como convém à história, isso é o que eu desejo; mas se, pelo contrário, é vulgar e medíocre, não pude fazer melhor." - 2 Macabeus 15:38, 39, So.



O livro foi evidentemente escrito em grego, no período entre 134 AEC e a queda de Jerusalém em 70 EC.



Obras Apócrifas Posteriores. Especialmente a partir do segundo século EC, desenvolveu-se um imenso conjunto de escritos que afirmam ter inspiração divina e canonicidade, e que pretendem estar relacionados com a fé cristã. Freqüentemente chamados de "Apócrifos do Novo Testamento", esses escritos representam esforços de imitar os Evangelhos, Atos, cartas, e as revelações contidas nos livros canônicos das Escrituras Gregas Cristãs. Um grande número deles são conhecidos apenas através de fragmentos existentes ou por citações deles ou alusões a eles por outros escritores.



Esses escritos manifestam uma tentativa de prover informações que os escritos inspirados deliberadamente omitem, tais como as atividades e os eventos relacionados com a vida de Jesus, desde a sua infância até o tempo do seu batismo, ou um esforço de fabricar apoio para doutrinas ou tradições que não encontram base na Bíblia ou que estão em contradição a ela. Assim, o chamado Evangelho de Tomé e o Protoevangelho de Tiago estão cheios de relatos fantasiosos de milagres supostamente realizados por Jesus na sua infância. Mas o efeito global do retrato que apresentam dele é fazer Jesus parecer uma criança caprichosa e petulante, dotada de poderes impressionantes. (Compare isso com o relato genuíno em Lu 2:51, 52.) Os "Atos" apócrifos, tais como os "Atos de Paulo" e os "Atos de Pedro", dão muita ênfase à completa abstinência de relações sexuais, e até mesmo apresentam os apóstolos como instando com as mulheres a se separarem do marido, contradizendo assim o conselho autêntico de Paulo em 1 Coríntios 7.



Comentando esses escritos apócrifos pós-apostólicos, The Interpreter's Dictionary of the Bible (Dicionário Bíblico do Intérprete, Vol. 1, p. 166) declara: "Muitos deles são triviais, alguns são altamente teatrais, alguns são desagradáveis, até mesmo repulsivos." (Editado por G. A. Buttrick, 1962) Funk and Wagnalls New Standard Bible Dictionary (Novo Dicionário Bíblico Padrão de Funk e Wagnalls, 1936, p. 56) comenta: "Eles têm sido a fonte frutífera de lendas sagradas e de tradições eclesiásticas. É para esses livros que temos de nos voltar para obter a origem de alguns dos dogmas da Igreja Católica Romana."



Assim como os anteriores escritos apócrifos foram excluídos das Escrituras Hebraicas pré-cristãs aceitas, assim também esses posteriores escritos apócrifos não foram aceitos como inspirados, nem foram incluídos como canônicos nas primeiras coleções ou catálogos das Escrituras Gregas Cristãs.
Thy Loondo
2006-09-05 11:29:44 UTC
Estudar o passado das religiões é bom para conhecer o que o ser humano é capaz para assegurar nele: orgulho, vaidade e egoísmo. E depois realizar uma faxina em si mesmo para evitar de carregar muito estes três elementos!
anonymous
2006-09-05 10:18:42 UTC
Sou católico e posso le dizer, ser católico é uma droga. E ser Evangélico tbm não deve ser grande coisa, pois muitos se utilizam da fé e/ ou da crença dos homens para se aproveitarem e tirarem do pouco que nos resta. Olha a bíblia pode ser uma farça, já que passou tanto tempo na mão dos católicos no período em que se se utilizavam da fé para tirar dos pobres seu dinheiro para garantir um lugar no céu...

Além de muitos outros, como o lenço com o qual afirmaram ter sido o que revestiu jesus depois de sua morte...

Viu tbm sabemos de nossa história, e não sou um católico assíduo...
dedeco90
2006-09-05 08:18:02 UTC
Eu sou ateu então me sinto muito tranquilo pra responder com isenção a esta pergunta. Veja bem todas as religiões comteram crimes no passado, todas!!, antes da reforma protestante so existia o cristianismo catolico entaõ os crimes so sao creditados a ela. Ate hoje membros e religiosos de todas as demonaçoes ainda cometem crimes. Embora as instituiçoes a qual pertencem não sejam culpadas pelos crimes dos seus seguidores cabe a elas denunciar, o acobertamento que eh criminoso.
Nany
2006-09-05 08:15:48 UTC
Fique com suas perguntas sem fundamentos pra vc.
astrorei, carioca e busólogo
2006-09-05 07:38:12 UTC
Prezado Rafa



Eu já fui católico. A maioria, hoje, é por "título" até sabem um pouco da história.



Minha opinião sobre inquisição etc, é que o poder sempre seduziu (e corrompeu) o ser humano. Quando alguém chega no topo é que se reconhece sua personalidade.



Eu acho que a Igreja Católica tem que manter seu "status quo" sem o que ela perderia muito da própria identidade, mesmo sabendo que está perdendo fiéis. Mas para eles o que interessa é o pensamento deles mesmo e eu tenho a impressão que eles pensam que nessa debandada todos "vão para o inferno" e eles se salvam, mantendo aquilo em que acreditam.



A Bíblia é a História de um povo, os Hebreus. Até a invenção da escrita era decorada, cada hebreu sabia um pedaço e foram juntando tudo. Jesus lia no templo a Torá, os ensinamentos. Então nunca se conseguiria colocar os relatos em ordem cronológica, além do que a contagem de tempo era lunar e não solar como é hoje.



Quanto aos evangelhos que não entraram na Bíblia o que eles diziam e quando foram escritos? Vc sabe? eu não sei.



Já que vc quer saber opiniões eis as minhas. Abraços



Procure ler, por curiosidade, o volume I, do livro "Operação Cavalo de Tróia", de J J Benitez
Aquelemesmo Camarada
2006-09-05 07:37:05 UTC
acho que você não precisa ficar com raiva dos católicos...

nem de ninguém... já fiz essa procura que você está fazendo...



se você tá procurando, não esqueça de procurar em todo canto...

aí você vai perceber que tudo se repete em todos os lados...



hoje eu sou catélico evangetólico espiribandista budislamista...

haaahahahaha...



brincadeiras a parte, muito do que aconteceu na estória da igreja

católica foi sim influência do Maligno!! COBIÇA é a palavra...

tanto de bens materiais como de influência no cenário político...



ainda é assim... muitos dizem que a bíblia foi alterada e talz...

acho que não... pelo menos não enquanto não for provado!!!

quanta gente fala disso... mas quantos mostram onde está?!

quer dizer... alguém já te mostrou alguma contradição nela?!

mas não vale erro de interpretação... isso acontece de monte!!!



o caso de não terem sido incluídos alguns evangelhos na bíblia,

hoje é resolvido numa simples página de busca na internet...

já tentou procurar "evangelhos apócrifos"?! aparece um monte!!





enfim... o problema da religião é que tanto A, como B, quanto C,

que seja D, ou E e F... tanto faz, o mal deles é querer patentear

Deus como sua única exclusividade... o que é muito errado...



Cruzadas, Inquisições... tudo a ver com a Cobiça Humana!!!
sctorquato
2006-08-31 13:31:01 UTC
A Inquisição foi um ato de exercício de poder feito pela igreja no sentido de coibir tudo aquilo que poderia diminulhe este poder.

As cruzadas, gostaria de conhecer mais sobre sua ação, mas foi muito influenciada por Jesus e dela nasceu a Maçonaria.
jvcrdb
2006-08-31 12:25:33 UTC
Congratulo-me contigo Rafamalon. Foi exatamente assim como você, nessa busca que acabei encontrando a verdade. Penso que você está no caminho certo. O conhecimento liberta mesmo. Deus te abençoe e te guarde. Graça e paz.
carpadi
2006-08-28 14:17:47 UTC
Vou te responder sobre as cruzadas.



As cruzadas foram organizadas pelos papas, com o objetivo de recuperar a Terra Santa dos muçulmanos. Muitas vidas se perderão nestas guerras, irmão matando irmão em nome de Deus. Ouve uma cruzada só de crianças, também organizado pelo papa daquele tempo. As crianças não chegaram a lutar já que foram enganadas por um comerciante de escravos.
anonymous
2006-09-03 19:22:22 UTC
No meu ponto de vista, se vc está gostando de algo vc não vai ficar olhando somente para os defeitos e crimes cometidos no passado, deve olhar para o presente e ver o que ela esta fazendo de bom....
professor
2006-09-02 19:41:21 UTC
mina, sou católico e como professor de história sei sobre tudo o que a igreja católica fez (errou com certeza), mas mesmo assim escolhi esta religião herdada dos meus pais, simplesmente por me identificar com ela, apenas isso, vem dizer que voce nunca errou? lembre-se a igreja é constituida por homens ok?
Filósofo
2006-08-28 14:16:42 UTC
Antes de tudo, devo dizer que o livro "A Inquisição em seu Mundo", de João Bernardino G. Gonzaga, seria uma boa introdução. Essa obra procura evitar os preconceitos e estudar a Inquisição dentro de seu devido contexto histórico; faz também uma ótima comparação entre o Direito Comum e o Direito Canônico, demonstrando como a Inquisição suavizou e melhorou o próprio direito da época.

Após essa pequena introdução, seria importante estudar as heresias medievais, visto que foram elas e os distúrbios causados por elas que levaram ao surgimento da Inquisição. Como nota J. B. G. Gonzaga:



“No caso da Inquisição, quem a exigiu e impôs, antes da Igreja, foram os governantes e o povo, que viam, nos hereges, rebeldes perigosos e perturbadores. A História mostra que, muitas vezes, os populares se antecipavam às autoridades e se encarregavam de puni-los, levando-os à fogueira.” (João B. G. Gonzaga. A Inquisição em seu mundo. São Paulo, ed. Saraiva, 1993, p. 114).



Poderia ainda citar Nachman Falbel, que em sua obra "Heresias Medievais", também afirma que era o povo que primeiramente reagia vigorosamente contra a heresia (Nachman Falbel. Heresias Medievais. São Paulo, Ed. Perspectiva S. A., 1977, p. 15).

Depois de ter analisado as heresias, acima de tudo o catarismo, deve-se estudar a reação do Estado contra as heresias e depois a reação da Igreja. Numa carta tão curta, certamente não fica claro o perigo que o catarismo representou para a Cristandade medieval. Cito-lhe, portanto, um texto de um inimigo da Igreja Católica, que ao analisar o catarismo afirmou:



“Essa era a crença cuja rápida difusão na Europa encheu a Igreja de um terror plenamente justificado. Por mais horror que nos possam inspirar os meios empregados para combatê-la, por mais piedade que devamos sentir por aqueles que morreram vítimas de suas convicções, reconhecemos sem hesitar que, nas circunstâncias, a causa da ortodoxia era a da civilização e do progresso. Se o catarismo se houvesse tornado dominante, ou pelo menos igual ao catolicismo, não há dúvida de que sua influência teria sido desastrosa” (H. C. Lea. Histoire de l’Inquisition au Moyen-Age. vol. I. Paris, 1986-1988, p. 121 apud J. B. Gonzaga. op. cit. p. 111).



Para não me estender mais, cito-lhe logo alguns livros:



AYLLÓN, Fernando. El Tribunal de la Inquisición; De la leyenda a la historia. Lima, Fondo Editorial Del Congreso Del Perú, 1997.



WALSH, William T. Personajes de la Inquisición. Madrid, Espasa-Calpe, S. A., 1963.



FALBEL, Nachman. Heresias Medievais. São Paulo, Ed. Perspectiva S. A., 1977.



MAISONNEUVE, Henri. L’Inquisition. Paris, ed. Desclée, 1989.



Como você pode perceber, obras boas em português sobre esse tema são raríssimas. Certamente você encontrará outras já citadas no site Montfort, mas infelizmente não em português.

Esperando tê-lo ajudado, despeço-me



Ad Majorem Dei Gloriam

Ronaldo Mota
anonymous
2006-09-05 12:54:53 UTC
Que baita hipocrisia...coisa ridicula essa de querer levantar coisas do passado...todo mundo sabe o que aconteceu!!!!

mas já que vc é uma estudiosa...quantas pessoas morreram na inquisição? ou nas cruzadas? soma tudo isso e multiplique por 100 e veja se chega a 6.000.000. nº este de judeus mortos por ignorantes, que se diziam raça superior.

Por que você não procura saber alguma coisa mais atualizada...
I LOVE YOU !
2006-09-04 19:01:11 UTC
A Bíblia condena procissão, adoração ou reverência a anjos, santos, fazer imagens, ídolos, idolatria, mariolatria, Maria não é Santa Maria, sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, Nossa Senhora, imaculada, co-redentora, medianeira.







Doutrinas católicas romanas

examinadas somente à luz das Escrituras

Compilação por Keith L. Brooks, D.D.

Tradução por Valdenira N.M. Silva, out.2000





















7. Mariolatria e adoração de imagens





7.1. Doutrina Romanista: Maria é onipotente em poder e infinita em misericórdia, e é para ser adorada como rainha do céu e dos anjos. Ela foi imaculada. (Ela é chamada Mãe de Deus, Refúgio dos Pecadores, Portão do Céu, Mãe de Misericórdia, Esposa do Espírito Santo, Propiciatória do Mundo, etc)





Quando foi introduzido este ensino sobre Maria?

Foi advogado por Duns Scotus, em 1301; foi objeto de amarga contenda pelos séculos posteriores; e não foi proclamado doutrina senão em 1854 (Pio IX).







As Escrituras concedem a Maria atributos de deidade ?

Ela era tão desamparada como qualquer outra mulher fora da graça de Deus.



Luc 1:46,49; Luc 2:22

Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, (Lucas 1:46 ACF)



Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. (Lucas 1:49 ACF)



E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor (Lucas 2:22 ACF)







Ela mesma reconheceu como seu Salvador o Filho concebido milagrosamente nela (Luc 1:47)







Adoração foi jamais concedida a Maria?

Adoração foi concedida ao Filho mas nunca à sua mãe [mesmo quando Ele era um bebê].







Jesus reconheceu Maria como mais que humana?

Joa 2:3-4; Joa 19:26-27

3 E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. 4 Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora. (João 2:3-4 ACF)



26 Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. 27 Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. (João 19:26-27 ACF)







Maria ocupou algum lugar superior [ou de qualquer importância] na igreja primitiva?

Não. Ela simplesmente estava na reunião de orações com os discípulos e não é sequer mencionada depois disso.



Atos 1:14

Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. (Atos 1:14 ACF)







Maria foi a mãe de Cristo. Isto se refere a Cristo como Deus, ou meramente ao Seu lado humano?

Luc 1:30-31,35

30 Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. 31 E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pór-lhe-ás o nome de Jesus. (Lucas 1:30-31 ACF)



E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. (Lucas 1:35 ACF)







Qual é o único mandamento de Maria?

Joa 2:5

Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser. (João 2:5 ACF)







Somente Jesus [é necessário e] é suficiente para socorrer os pecadores?

Ele é o ÚNICO socorro.



Heb 2:18; 4:14-16

Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados. (Hebreus 2:18 ACF)



14 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 16 Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (Hebreus 4:14-16 ACF)







7.2. Doutrina Romanista: As imagens de Cristo, da virgem mãe de Deus e dos santos têm que ter seus usos mantidos nas igrejas e a elas devida veneração tem que ser oferecida (Concílio de Trento, 1564). Incenso é oferecido ante estas imagens, o povo beija-as, descobre suas cabeças em suas presenças e repete rezas especiais diante delas.





As imagens são estritamente proibidas?

Estrita e severamente.



Exo 20:4; [Deut 4:15-19 (ou todo o capítulo)]; Isa 42:8; Isa 44:9

Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. (Êxodo 20:4 ACF)



15 Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; 16 Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher; 17 Figura de algum animal que haja na terra; figura de alguma ave alada que vóa pelos céus; 18 Figura de algum animal que se arrasta sobre a terra; figura de algum peixe que esteja nas águas debaixo da terra; 19 Que não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus; e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR teu Deus repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus. (Deuteronômio 4:15-19 ACF)



Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura. (Isaías 42:8 ACF)



Todos os artífices de imagens de escultura são vaidade, e as suas coisas mais desejáveis são de nenhum préstimo; e suas próprias testemunhas, nada vêem nem entendem para que sejam envergonhados. (Isaías 44:9 ACF)







O argumento que os romanistas não adoram as imagens mas sim a quem elas representam, tem alguma força?

Não, porque os católicos diferenciam entre certas imagens do mesmo ser representado no mesmo formato e tamanho, atribuindo a algumas dessas imagens milagrosos poderes e concedendo-lhes honras especiais recusadas a outras. Qualquer que seja a teoria, a prática é adoração de imagens. O único nome bíblico para isto é IDOLATRIA.







7.3. Doutrina Romanista: Podemos invocar anjos e santos e recorrer às suas orações e ajuda para obtermos benefícios de Deus. Por seus próprios méritos, eles podem obter bênçãos para nós.





Quando foi que esta idéia foi introduzida?

Perto do sexto século.







Em que implica rezar para os santos e anjos?

Que eles têm onipresença e onisciência, atributos pertencentes somente a Deus [às três pessoas da Trindade].







Há nas Escrituras o menor indício de que os santos mortos podem ouvir orações?

Nenhuma [sombra de indício disto].



Ecl 9:6

Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. (Eclesiastes 9:6 ACF)







Há mais do que um mediador entre Deus e o homem?

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. (1 Timóteo 2:5 ACF)



Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14:6 ACF)







É proibido adorar anjos?

Estrita e severamente.



Col 2:18

Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão, (Colossenses 2:18 ACF)







Por que é proibido [adorar anjos]?

Porque eles não são senão servos criados, por esta razão não podem ser adorados sem idolatria. Veja Heb 1:5-13.



Heb 1:6-8,13

6 E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. 7 E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo. 8 Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. (Hebreus 1:6-8 ACF)



E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, Até que ponha a teus inimigos por escabelo de teus pés? (Hebreus 1:13 ACF)















(retorne ao INDEX de http://solascriptura-tt.org/Seitas/ Romanismo)

(retorne ao INDEX de http://solascriptura-tt.org/ Seitas)
Regina
2006-09-04 00:28:22 UTC
Concordo plenamente com a resposta de NANDO.
Paulo
2006-08-28 13:52:31 UTC
Você déve ser evangélica não?Vocês são cheios de defeitos tbem!!!!!!!!Só sabe falar "Sai Capeta".Vai estudar Teologia e não aprender apenas capitulos e versiculos.Vai te catar.
Juzinha*
2006-09-04 07:18:57 UTC
Bem, eu tenho uma opinião bem formada a respeito de todo o passado da Igreja Católica, e quanto mais à conheço, mais à amo. Quanto a inquisição e as cruzadas deve-se considerar o poder que os Estado e os seus interesses não tão "religiosos" exerciam sobre a Igreja, muitas vezes utilizando a religião para uma maior dominação da opinião publica, entretanto Jesus prometeu e cumpriu, afinal, as portas do inferno jamais prevaleceram sobre ela, tanto que quando haviam os maus Papas, na mesma época existiam os grandes Santos, além de que, se as "portas do inferno" houvessem prevalecido, hoje em dia ela não mais existiria. Quanto aos evangelhos que não entraram na Bíblia, São Damaso estava inspirado para constituir o canôn bíblico e quanto a ordem a qual vc se refere, não compreendo. Creio que muitos dos católicos que deixam a Igreja por outras denominações ou que apenas se dizem católicos mas afirmam não concordar com toda a doutrina católica, são exatamente aqueles que desconhecem a Santidade da Igreja.
?
2006-09-03 14:17:54 UTC
Amada eu não sou católico mas, não quero te ofender ou insultar só por vc pra pensar um pouco, na tua familia inteira só tem gente honesta e trabalhadora, no bairro onde mora só tem pessoas boas? isto é só pra ver que numa igreja onde se tem seres humanos nós somos falhos e por isto temos que amar a Deus acima de tudo pois só Ele para ter misericordia de nós, e alem do mais o importante não é ver o que o homem faz para vc mas o que Cristo pode fazer para vc.

quanto aos livros estarem fora de ordem é que foram montados assim e depois se descobriu a idade de uns e outros ainda somente se supõe a idade e como já estavam assim desta forma ficaram

que Deus te abençoe.
Sherazade e as Mil e Uma Noites
2006-08-28 13:47:31 UTC
Eu não acho nada! Não estou procurando...
anonymous
2006-08-28 13:48:33 UTC
GRANDE COISA















































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Este conteúdo foi postado originalmente no Y! Answers, um site de perguntas e respostas que foi encerrado em 2021.
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